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Ruído/mm: pós-rock da banda curitibana é reconhecido nacionalmente | Diego CWB/ Divulgação
Ruído/mm: pós-rock da banda curitibana é reconhecido nacionalmente| Foto: Diego CWB/ Divulgação

O burburinho causado há algumas semanas por conta da programação da Rádio Educativa, que colocou no ar bandas paranaenses e novos grupos que se destacam na música brasileira, serve como bom termômetro para se analisar o estado da produção e divulgação do que é feito por aqui. A conta é simples: há quem produz e há quem consuma. Talvez o meio do caminho entre esses dois pontos é que não esteja bem definido.

Montar uma banda, gravar um disco em um estúdio razoável, disponibilizar as músicas na internet. E aí? Qual o próximo passo?

"Tem de pensar que uma banda é uma empresa, como em qualquer área. Há que se ter dedicação, estratégia e parcerias", diz Andressa Ribeiro, produtora musical das bandas curitibanas Homemade Blockbuster, ruído/mm e Black Sea. Foi ela quem iniciou, em 2008, o trabalho com o grupo Sabonetes, que conseguiu relativo destaque na cena roqueira nacional.

Há um discurso recorrente de que nos últimos anos Curitiba é um oásis de boas bandas. A dita "cena curitibana" – que deixou sua histórica autofagia para trás – é efervescente há algum tempo, como explica Andressa.

"Curitiba é uma cidade que abriga muita gente brilhante, não só na música. Então tem futuro. A questão é fazer as parcerias, projetos e investimentos certos", diz ela, citando a internet como ferramenta essencial para alavancar novos grupos. "Sem ela muitas bandas locais não chegariam em festivais internacionais. Manter perfis, fazer promoções e manter uma relação saudável é bem importante", conta.

Quem dedica um espaço exclusivo para a produção local na internet é Valderval de Oliveira Filho. Musicoterapeuta formado pela Faculdade de Artes do Paraná, baterista e produtor musical, o paranaense de 32 anos mantém na ativa, desde novembro do ano passado, o blog Discos Curitibanos – http://discoscuritibanos.blogspot.com –, em que comenta, divulga e oferece para download somente música da terra das araucárias.

"Decidi criá-lo para disponibilizar uma maneira de ouvir a música produzida por aqui. Algum tempo atrás me lembrei do Maxixe Machine, e não consegui achar facilmente a discografia deles para baixar", conta Oliveira, que trabalha no Studio Solo, casa pela qual passaram muitas bandas locais.

E manter o blog dá um trabalhão. Val, como é conhecido, comprime o áudio do CD em formato mp3 "com qualidade bem alta, usando um programa que é padrão na indústria musical", faz um post com a capa do disco e cria um link para download. Tudo gratuito.Inerente à formação de um grupo, existe a necessidade do reconhecimento. Da vontade de que seja destaque no jornal, de turnês nacionais, de shows lotados, de ganhar asas, enfim. Val pensa um pouco diferente: há que se olhar para o próprio umbigo.

"Acho que as bandas precisam ser reconhecidas dentro do estado. Não existe circulação de artistas divulgando o seu disco novo em Pato Branco, Francisco Beltrão, Cascavel e Cantagalo. E não é verdade dizer que as pessoas de lá não estão interessadas", afirma.

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