• Carregando...
Lacerda percorreu 15 países com o projeto Pandeirada Brasileira | Fotos: Antônio More/Gazeta do Povo
Lacerda percorreu 15 países com o projeto Pandeirada Brasileira| Foto: Fotos: Antônio More/Gazeta do Povo

Show

Vina Lacerda e convidados

Teatro do Paiol (Lgo. Guido Viaro, s/nº), (41) 3213-1340. Dia 3, às 19 horas. R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada). Sujeito à lotação. O livro e DVD Instrumentos e Ritmos Brasileiros Vol. I, estará à venda no local, por R$ 50. Em breve, o material poderá ser encontrado em vinalacerda.com.br.

Em um país que construiu sua identidade em torno do samba, não é para qualquer um entrar em roda de bambas – especialmente se a sua intenção é mostrar como se faz. Um músico paranaense, no entanto, resolveu encarar toda essa carga histórica e criar uma espécie de bê-a-bá do ritmo nacional depois de se tornar uma das referências internacionais no ensino do pandeiro. Com uma ajudinha dos amigos, Vina Lacerda, nascido em 1981, está lançando o projeto Instrumentos e Ritmos Brasileiros Vol. 1, livro e DVD que apresentam 18 instrumentos da orquestra percussiva do samba e do choro e apresenta os padrões rítmicos básicos de cada um.

ÁUDIO: Ouça um trechinho de cada instrumento

INFOGRÁFICO: Veja como identificar alguns instrumentos importantes da orquestra

O título será lançado neste domingo, às 19 horas, no Teatro do Paiol, em um show que reunirá os músicos Julião Boêmio (cavaquinho), Vinicius Chamorro (violão) e Marcela Zanete (flauta), além dos percussionistas Luiz Rolim, Ricardo Salmazo, Denis Mariano, Carlos Ferraz e Marcio Rosa.

Os músicos estão presentes na gravação do DVD e têm um papel importante no projeto. Lacerda explica que, diferentemente do método de pandeiro Pandeirada Brasileira (2007), que gravou sozinho, fez questão de ter diferentes suingues no novo projeto. "No Pandeirada foi legal, mas ficou muito o meu suingue, um tipo só de pegada, uma forma de tocar. Neste, esses músicos contribuíram para dar mais verdade a essas várias maneiras de entender e tocar os instrumentos", explica o percussionista, que reconhece já ter recebido olhares tortos ao adentrar num universo tão tradicional. O samba e o choro, afinal, são ritmos da música popular e não faltam mestres por aí. Informações precisas e detalhadas, no entanto, já são mais difíceis de encontrar.

"Além dos grooves e ritmos a que as pessoas têm acesso, que fui buscar também, este material envolve muito mais coisa – formações etnomusicológicas, musicológicas, histórias, teoria da partitura", explica Lacerda.

Instrumentos como o tamborim, o agogô e o pandeiro são abordados desde sua construção, história e técnicas para então serem apresentados no contexto do samba, choro e seus subgêneros – maxixe, batucada, partido alto, samba de roda. Tudo organizado, formatado e acompanhado pelo vídeo e partituras guiadas. "É um material bem refinado, do tipo que ainda não tem no mercado", propagandeia Lacerda.

O volume sobre o samba e o choro deve ser o primeiro de uma série, que já tem sua segunda edição aprovada na Lei Municipal de Incentivo à Cultura e lançamento previsto para 2015. Ostema serão os ritmos do Nordeste do país – xaxado, maracatu, xote, frevo e outros.

Mercado

Primeiro projeto foi longe ao preencher uma lacuna, diz percussionista

Além de se dedicar ao ensino, o londrinense Vina Lacerda é um dos integrantes do Mano a Mano Trio, ao lado de Sérgio Albach (clarinetes) e Glauco Sölter (baixo), e diz se identificar mais com a chamada música instrumental (um rótulo que define mal o jazz brasileiro) do que especificamente com o samba e o choro.

Mas os palcos também são um dos desdobramentos de seus projetos, como se verá no show de hoje, no Paiol. O Pandeirada Brasileira – que teve um show com os renomados percussionistas Marcos Suzano e Caíto Marcondes em junho, no Teatro da Caixa – já foi longe: em 2010, foi convidado para participar do maior evento de percussão no mundo, a Percussive Arts Society International Convention (Pasic). No mesmo ano, Lacerda fez apresentações em instituições de ensino como a famosa Juilliard School, em Nova York. O projeto passou por 15 países, como Argentina, Portugal, Holanda, Suíça, Alemanha, Inglaterra, Estados Unidos e Itália.

Para Lacerda, o alcance do projeto se deveu aos cuidados e recursos dedicados à sua produção, mas também devido à escassez de material atualizado na área de percussão no Brasil. "Muitas das publicações estavam sendo feitas por pesquisadores, etnomusicólogos e musicólogos americanos e europeus, e nós ficamos para trás. Tínhamos uma lacuna aí", analisa o percussionista.

Para Lacerda, a demanda por materiais na área também se deve a uma tendência de valorização da percussão nos últimos anos. "Os instrumentos de percussão têm uma resposta rápida – você pega e já começa a entrar na brincadeira. Por causa dessa lida mais natural, gerou-se uma espécie de desmerecimento destes instrumentos. Mas eles têm as mesmas propriedades e dificuldades de qualquer outro", explica.

Ouça um trechinho de cada instrumento

** Agogô **

** Caixa Tarol **

** Cuíca **

** Pandeiro **

** Repinique **

** Repique **

** Surdo **

** Tamborim **

** Tantã **

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]