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Penalva em janeiro de 1995, em foto tirada em comemoração aos seus 75 anos | Marcos A. Campos/Acervo Pessoal de Elisabeth Prosser
Penalva em janeiro de 1995, em foto tirada em comemoração aos seus 75 anos| Foto: Marcos A. Campos/Acervo Pessoal de Elisabeth Prosser

Programação

Confira parte da programação do Festival Penalva / Mostra de Música Paranaense, que vai até o dia 29. A programação completa pode ser vista no site da Gazeta do Povo.

Hoje, às 20 horas

• Concerto de Abertura – Bola Preta e Grupo de Percussão da Embap

• Capela Santa Maria – Espaço Cultural (R. Cons. Laurindo, 273), (41) 3321-2840. R$ 10 e R$ 5 (meia-entrada).

Amanhã

• Concerto de Música de Câmara – Compositores Paranaenses

• Auditório da Embap (R. Francisco Torres, 253), (41) 3026-0029. Entrada franca.

• Orquestra de Violões da Embap, Duo Bark, Trio Jucksch- Fregoneze-Capistrano e Orquestra de Cordas da Embap

• Capela Santa Maria. R$ 10 e R$ 5 (meia-entrada).

Em 20 de outubro de 2002, morria o Padre José Penalva. O sacerdote paulista radicado em Curitiba desde o fim da década de 1950, que se tornou um dos mais importantes compositores brasileiros, não tardou a receber homenagens.

Uma delas perdura até hoje, dez anos depois, relembrando o nome de Penalva como uma espécie de patrono da música clássica do Paraná.

Trata-se do Festival Penalva (veja o serviço no Guia Gazeta do Povo), criado em 2003, que chega à quarta edição – a terceira realizada paralelamente à Mostra de Música Paranaense, que reúne as obras de várias gerações de compositores do estado, de Brasílio Itiberê (1846–1913) aos novos nomes, como Vinícius Giusti e Márcio Steuernagel.

A programação dos eventos começa hoje, às 20 horas, com um concerto do Grupo de Choro Bola Preta e do Grupo de Percussão da Escola de Música e Belas Artes do Paraná (Embap), na Capela Santa Maria, e segue até o dia 29.

Serão realizados concertos, recitais e mesas-redondas que discutem as inovações de Penalva e seus trabalhos com a música popular, dentre outros temas.

"O Padre Penalva era uma pessoa de muitas faces – todas elas complementares, que dialogavam entre si", explica a historiadora social da arte Elisabeth Prosser, diretora geral e artística do evento. Ex-aluna de Penalva, Elisabeth explica que o mestre dividia sua obra entre ideias vanguardistas, música sacra e popular.

"Mesmo essas têm um sabor inovador, que junta um pouco da linguagem da música contemporânea", explica. "Ele era uma pessoa que transitava entre o mais moderno e atual da música."

Vanguarda

De acordo com o cantor e regente do Madrigal Vocale, Bruno Spadoni, ideias visionárias de Penalva foram reconhecidas até mesmo pelos colegas teólogos do padre. "Eles dizem que o Penalva sempre tinha visões da teologia que, na época, pareciam chocantes, mas que, 15 anos depois, se tornavam correntes. Então, ele parecia estar sempre enxergando as coisas alguns anos antes", diz o músico, que rege o Madrigal Vocale desde 1988, quando recebeu a tarefa de Penalva, seu fundador. "Ele tinha uma visão aberta, clara, alegre", diz.

Elisabeth, que foi guardiã de todos os manuscritos de Penalva até a criação de um espaço próprio para elas, no Studium Theologicum, conta que o compositor fugia de modelos convencionais em suas obras.

O padre incorporou as ideias de vanguarda que surgiram ao longo do século 20, como a música atonal, a elementos tradicionais como o canto gregoriano e o contraponto renascentista. "Ele se apropriava de todas as novas técnicas e concepções para tornar sua música mais expressiva", conta Elisabeth. "Em geral, considera-se a igreja como uma instituição conservadora, e espera-se que um padre seja um compositor conservador. Mas o Penalva era o contrário. Foi a pessoa mais inovadora de sua época, e abriu a mente de gerações para a música contemporânea."

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