Rio de Janeiro A difusão de livros na internet vai provocar uma revolução semelhante à invenção da imprensa, mas é preciso estar atento para evitar que se torne monopólio de países ou empresas e que sufoque a diversidade cultural que se anuncia neste século 21. Essa é, em resumo, a idéia defendida pelo diretor da Biblioteca Nacional da França, Jean-Nöel Jeanneney, que esteve no Rio de Janeiro na semana passada para participar do Colóquio de Bibliotecas Digitais, na Maison de France.
Jeanneney veio também lançar o livro Quando o Google Desafia a Europa: Em Defesa de uma Reação (Contra Capa Editora, R$ 22), uma resposta à promessa do site de buscas de digitalizar e colocar na rede mundial 7 milhões de títulos até 2010. "O livro foi conseqüência de um artigo que escrevi no Le Monde no início de 2005, logo após o anúncio do Google. É claro que é bom ter acesso à informação, mas é preciso que seu controle não fique só com uma empresa, que seu financiamento não se dê só pela publicidade e que essa grande quantidade de informação seja ordenada", afirma Jeanneney, que é historiador, foi diretor da Rádio France e assumiu a Biblioteca Nacional de lá há quatro anos.
"Não se pode deixar a cultura e a difusão da língua só nas mãos do mercado. Quem é a favor dessa liberdade absoluta acha que tudo se resolverá se não houver controle, mas posso afirmar, como historiador, que não é isso que acontece."
Jeanneney lembrou que a invenção da imprensa, no século 15, ao mesmo tempo que democratizou o conhecimento, até então guardado nos mosteiros e nas poucas universidades existentes, eliminou culturas e línguas que não tinham acesso fácil a esse meio. "É preciso evitar que isso ocorra novamente."
-
Planalto deverá apelar à Justiça para garantir o seu caixa a partir de 2025
-
Ao vivo: TSE julga recursos pela cassação do mandato de Sergio Moro; acompanhe
-
De água sanitária a voluntários: o que o Rio Grande do Sul precisa neste momento?
-
Barros diz que oposição vai cobrar fim do foro privilegiado para apoiar novo presidente da Câmara