Cena do filme "Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal"| Foto: Divulgação

Se você teve reservas quanto a algumas das escolhas criativas do último filme de Indiana Jones, saiba que o diretor - ninguém menos que Steven Spielberg - também as teve e acabou sendo convencido por George Lucas a rodar o longa com o roteiro que foi às telas.

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A revelação é uma das muitas histórias de bastidores que emergem do lançamento em DVD de "Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal", que chega nesta sexta-feira (3) às lojas de todo o Brasil em versões com um ou dois discos.

A principal objeção do diretor com relação à trama era o uso de extraterrestres. "Eu achei que já tinha feito tudo que podia com extraterrestres, em 'Contatos imediatos' [de Terceiro Grau] e 'E.T.'", comenta Spielberg.

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Eis que o produtor George Lucas, um belo dia, chega para ele e diz: "É, acho que você tem razão, não devemos ter extraterrestres em Indiana Jones. Sabe, tem uns cientistas dizendo que podem existir outras dimensões, então esses não serão extraterrestres, serão de outra dimensão!"

Spielberg conta a história em tom de troça (afinal, que diferença prática existe entre um extraterrestre e um ser de outra dimensão?), mas foi assim que acabou acontecendo no filme que chegou ao cinema.

A boa notícia é que, a despeito dos extraterrestres, "Indiana Jones e o reino da caveira de cristal" acaba sendo um sucessor bem honesto da trilogia realizada nos anos 1980.

Se na primeira visita ao filme, no cinema, isso não ficou claro, vale a pena rever no DVD, de preferência depois de assistir aos três primeiros filmes.

Não que o quarto seja o melhor de todos (até porque não é mesmo). Mas a verdade é que ele também não fica muito a dever aos anteriores. E as razões para isso transparecem nos documentários que acompanham o filme.

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De repente fica clara a intenção dos roteiristas com a nova aventura. Se os três primeiros filmes buscavam um estilo que honrasse os temas que se destacavam nos anos 1930, agora, duas décadas depois, são os anos 1950 que entram em foco. Daí a presença dos russos (no lugar dos nazistas) como vilões, a crítica ao macartismo, o temor das armas nucleares e... alienígenas!

(Não custa lembrar que os anos 1950 foram os de maior histeria com relação a histórias de aparições de óvnis, fenômeno que naturalmente também se destacou no cinema da época, com clássicos como "O dia em que a Terra parou", de Robert Wise.)

Visualmente, Spielberg adotou um estilo completamente fiel ao dos três filmes anteriores, que vai desde os créditos de abertura até os ângulos de filmagem, a iluminação e o estilo das cenas de ação. Os avanços dos efeitos especiais nas últimas décadas serve ao filme, em vez do contrário - o que é sempre bom de ser, ainda mais se tratando de uma produção capitaneada por George Lucas. E Harrison Ford está perfeito - parece nunca ter saído do papel.

Tirando o "fator nostalgia" da equação, o resultado final é um filme de ação com momentos engraçados e boas atuações.

E o DVD, tecnicamente, não fica a dever ao filme. Todos os extras - são quase três horas de documentários e possivelmente o mais detalhado acompanhamento da produção de um longa-metragem deste porte já feito - vêm em formato widescreen anamórfico, com som Dolby 2.0.

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Já o filme em si conta com uma ótima transferência em widescreen anamórfico e áudio em Dolby 5.1, na versão original em inglês e na dublagem em português.

Ainda há muitas dúvidas sobre se Harrison Ford voltará a encarnar Indy em mais uma aventura. Mas, enquanto isso não acontece, é certo que há muita diversão ainda a ser extraída de sua última produção para o cinema.