Jafar Panahi também foi proibido de fazer filmes e de deixar o Irã por 20 anos| Foto: Divulgação

O celebrado diretor de cinema e ativista da oposição iraniana, Jafar Panahi, foi condenado a seis anos de prisão e proibido de fazer filmes e de deixar o Irã por 20 anos, informou seu advogado ontem. "Panahi foi sentenciado a seis anos de prisão sob a acusação de (participar) de uma aglomeração e de fazer propaganda contra o governo", disse Farideh Gheirat. "Seus direitos so­­ciais, que incluem a proibição a fazer filmes, roteiros, viagens internacionais e dar entrevistas à imprensa nacional e estrangeira foram suspensos por 20 anos", acrescentou.

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Gheirat disse que apelará da decisão. Outro jovem cineasta iraniano, Mohammad Rasoulof, que fazia um filme com Panahi antes de sua prisão, também foi condenado a seis anos de prisão por acusações similares. Panahi foi detido em 1.º de março junto com sua esposa, sua filha e outras pessoas que estavam em sua casa. A maioria dos detidos foi liberada em seguida. Ele foi libertado em maio após o pagamento de uma fiança de cerca de US$ 200 mil.

Panahi é conhecido por seus filmes corajosos e socialmente críticos, como O Círculo, que arrebatou o Leão de Ouro do Festival de Veneza no ano 2000, Ouro Carmim e Offside, ganhador do Urso de Prata do Festival de Berlim-2006. Em fevereiro, as autoridades proibiram Panahi de deixar o país para assistir o Festival de Berlim.

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Sua detenção, em março, foi criticada por cineastas internacionais, como Steven Spielberg, Martin Scorsese, Ang Lee e Oliver Stone, e por outros jovens diretores iranianos. O Festival de Cinema de Cannes e o governo francês também condenaram a prisão de Panahi, enquanto a atriz francesa Juliette Binoche teria caído em prantos ao saber que ele estava em greve de fome.