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Cine Teatro Ouro Verde, em julho do ano passado. O prédio foi inaugurado em 1952 e um incêndio no dia  12 de fevereiro de 2012 acabou com sua estrutura. | Roberto Custódio/Jornal de Londrina
Cine Teatro Ouro Verde, em julho do ano passado. O prédio foi inaugurado em 1952 e um incêndio no dia 12 de fevereiro de 2012 acabou com sua estrutura.| Foto: Roberto Custódio/Jornal de Londrina

A falta de dinheiro que complica a administração pública do Paraná atrasa as obras de recuperação do Cine Teatro Ouro Verde, em Londrina, destruído por um incêndio há três anos.

Por causa de uma dívida de cerca de R$ 3 milhões que o executivo estadual mantém com a Regional Planejamento e Construções Civis, empresa que realiza os trabalhos de recuperação, o espaço não será mais inaugurado em julho, como o previsto.

O novo prazo, estabelecido pelo próprio governo, é o mês de dezembro – caso a dívida seja paga em breve e não haja mais nenhum contratempo que reflita no andamento dos trabalhos.

Segundo a Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), o valor devido à empresa que venceu o processo de licitação para conduzir a reforma do Cine Teatro é referente ao acúmulo de notas de pagamento pendentes desde novembro.

Duas delas – no valor de R$ 482 mil e R$ 303 mil – já tiveram o pagamento autorizado pela Secretaria de Estado da Fazenda (Sefa) e devem ser quitadas em breve, de acordo com a Seti. As demais, que somam cerca de R$ 2 milhões, ainda não tiveram o pagamento liberado. Também não há prazo para que isso ocorra.

Patrimônio

Patrimônio histórico do Paraná, o Cine Teatro Ouro Verde é uma das principais construções erguidas durante o período da exploração cafeeira no estado. Ele foi inaugurado em 1952 e tem projeto do arquiteto curitibano Vilanova Artigas.

Até que todas as pendências sejam extintas, as obras do espaço continuam em ritmo lento. O atraso na remuneração prometida fez com que Regional Planejamentos diminuísse de 76 para 16 o número de funcionários que trabalham na recuperação do espaço. “Se continuar com esse pessoal, nem no fim do ano fica pronto”, alertou o engenheiro responsável pelas obras, José Pedro da Rocha Neto.

Segundo ele, até agora, a empresa não foi informada pelo governo sobre as previsões de quitação da dívida.

Histórico

Veja os fatos que envolveram o Cine Teatro Ouro Verde após o incêndio em fevereiro de 2012:

Fevereiro de 2012

Cine Teatro Ouro Verde pega fogo. Em cerca de uma hora, chamas consomem o edifício. Logo após a tragédia, autoridades anunciam que a reconstrução ficaria pronta em maio de 2014.

Agosto de 2013

Já com a previsão de entrega para 2015, governo do Paraná assina edital de licitação da obra.

Janeiro de 2014

Obras de reconstrução do Cine Teatro começam. Prazo de conclusão é de 18 meses, com vencimento em julho de 2015.

Novembro de 2014

Começa atraso nos pagamentos para a empresa responsável pelas obras. Um mês depois, ritmo de trabalhos diminuem.

Janeiro de 2015

Quase três anos depois do incêndio, governo assume que não vai mais conseguir entregar o espaço até o mês previsto. Novo prazo é dezembro de 2015.

A reestruturação do Cine Teatro Ouro Verde está prestes a passar por uma fase de investimentos altos – cerca de R$ 9 milhões dos R$ 12 milhões liberados para a obra ainda precisam ser aplicados na concepção do espaço interno do local.

Entram neste cálculo obras como colocação de forros e paredes acústicas, poltronas, adaptações para equipamentos de ar-condicionado e elaboração de salas de videotecnia e cenotecnia.

No entanto, sem uma sinalização do executivo estadual que confirme o recebimento dos valores a serem investidos, a empresa resiste em dar os próximos passos.

“A empresa chegou nessa fase de investimento maior, mas não tem a contrapartida de que vai receber os valores. É por segurança que diminuíram o ritmo dos trabalhos e, com isso, fica difícil programar como vai ficar tudo daqui para frente”, relata o diretor de projetos, obras e manutenção do campus da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Rafael Fujita. “Precisamos refazer o cronograma, mas a empresa precisa receber antes”, afirma.

Ao contrário do que afirmou a Seti, a Secretaria de Estado da Fazenda disse que não analisa os custeios particulares das obras nas universidades.

Os valores desse tipo de despesa, de acordo com o órgão, são incluídos no orçamento anual repassado para as instituições de ensino. Neste ano, a primeira parte desse repasse será feita no mês que vem. No entanto, isso não dá garantia da retomada dos investimentos na reforma.

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