O cineasta Paulo Munhoz lança história em quadrinhos da animação A Floresta É Nossa, com novas aventuras dos animais da Vila dos Brichos| Foto: Daniel Derevecki/Gazeta do Povo

Franquia

Saiba mais sobre os filmes de animação Brichos e A Floresta é Nossa.

Sequência

A Floresta é Nossa é o segundo exemplar da franquia Brichos, animação de 35 milímetros lançada em 2007 pelo diretor curitibano Paulo Munhoz.

Distribuição

A previsão é que o novo filme, feito com projeto aprovado pela Lei Municipal de Incentivo à Cultura, com incentivo da Caixa, seja lançado em 2011, desta vez, com uma estratégia de distribuição mais ambiciosa. "Só vamos lançar com uma distribuidora maior, com mais condições, até porque a qualidade técnica do filme é bem superior", diz Munhoz.

Público

Brichos foi visto por 180 mil pessoas em todo o país. "Só no ano passado, 130 mil pessoas assistiram ao filme nas cidades do interior de São Paulo", diz o diretor. Na entressafra entre um Brichos e outro, Munhoz produziu o longa-metragem Belowars, ainda sem previsão de lançamento.

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Filme e HQ contam aventura interplanetária para salvar a floresta
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Nada como ler o livro antes de assistir ao filme. No caso, a história em quadrinhos. Os fãs da animação Brichos, lançada pelo cineasta paranaense Paulo Munhoz em 2007, terão um gostinho de como será a sequência do filme, prevista para 2011, com o lançamento de sua versão em formato de HQ.

A edição colorida, em papel cuchê, intitulada A Floresta É Nossa, mesmo nome do filme, vem no encalço da bem-sucedida versão de Brichos em quadrinhos, lançada simultaneamente à animação audiovisual. "Desta vez, quisemos dar este intervalo entre os lançamentos para permitir uma leitura distanciada, em que o público possa criar elementos como a voz dos personagens e, depois, ter o impacto de ver como o que pensou aparece no filme", diz o diretor. Ele fica imaginando, por exemplo, se a voz sinistra, gutural, inventada pelo leitor para o malvadão Mr. Birdestrói será parecida com a dublagem do apresentador Marcelo Tas, feita para a telona.

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As aventuras do jaguar Tales, do quati Jairzinho e do tamanduá Bandeira ganham dimensão interplanetária em A Floresta É Nossa, um libelo pela preservação das reservas naturais que se passa entre o Brasil, o norte dos Estados Unidos e o deserto do Saara. Desta vez, Dumontzinho, o caxias da turma, é um dos protagonistas. "Ele fica amigo de uma pandinha chinesa, e Maia, uma tigresa indiana, terá atração pelo Tales. Eles já estão na pré-adolescência, começam a prestar atenção nas meninas", diz Munhoz.

Os amigos terão de se articular internacionalmente, via internet, para para combater a ação de bandidos que querem levar a floresta embora. "É uma história bem atual. A grande contribuição do livro é que ele não mostra a questão ambiental de um modo bobinho, revela que tudo é uma questão política, nossas atitudes exigem pensamento e coragem", diz o diretor.

Linguagens diferentes

Apesar de a história ser a mesma, livro e filme são bem diferentes. "São linguagens muito díspares", diz Munhoz, que assina a HQ juntamente com seu diretor de arte Rafael Dias. O diretor assinala um momento novo no projeto Brichos. "O roteirista do filme Érico Beduschi foi morar na Itália e Antonio Éder, diretor de arte do filme e da HQ anteriores, seguiu um rumo novo (mas ainda realiza o empreendimento cultural do livro atual)", conta.

As diferenças entre os livros – o último é maior, com mais elementos gráficos – segue uma guinada cinematográfica significativa. "O design deste filme é outro, modernizamos os personagens, já pensando neles como livro e, futuramente, série de tevê. Os Brichos vão dominar o mundo", brinca Munhoz, que não descarta a possibilidade de gerar a projeção do filme em 3D.

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Mesmo bidimensional, nas telonas ou no papel, a história de forte pegada ecológica promete atrair muita gente, a julgar pelo sucesso de Brichos. "Até hoje não paramos de receber e-mails de crianças e adultos", conta Munhoz sobre a produção vista no cinema por 180 mil pessoas e exibida nos canais TV Brasil, TV Cultura, Canal Rá-Tim-Bum e TV Aparecida.

Para lançar o quadrinho, Munhoz criou um selo, o Signopus, atrelado à sua produtora Tecnokena. "Estamos tentando ir do fio ao pavio", diz o cineasta, que vê o Paraná como um caldeirão de talentos em quadrinhos. "Tem o Bennet, o Marchesini, o Antonio Éder, o José Aguiar, o Paixão, e muitos outros. Mas há uma grande distância entre a existência de talento e a criação de mercado para ele", diz.