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Vídeo | Reprodução/RPC TV
Vídeo| Foto: Reprodução/RPC TV

Ganhador de dois festivais de música na década de 60, com as músicas "Arrastão" (1965) e "Ponteio" (1967), Edu Lobo nunca se deixou seduzir pela fama. "Edu passou pela fase em que poderia ter virado popstar, mas ele não queria isso", conta a cantora e compositora Joyce no documentário "Edu Lobo – Vento Bravo", dirigido por Regina Zappa e Beatriz Thielmann (Biscoito Fino, R$ 42,90).

Filho do também compositor Fernando Lobo, Edu Lobo pertence a um grupo de artistas que entraram na música por meio do acordeão e da influência de Luiz Gonzaga e Dorival Caymmi, como lembra o jornalista e crítico musical Tárik de Souza, que assina a consultoria musical do DVD.

Depoimentos de parceiros como Chico Buarque, Maria Bethânia, Wagner Tiso, Dori Caymmi e Marcos Valle, o escritor Eric Nepomuceno e o maestro Chiquinho de Moraes, entre outros, além de um emocionante encontro de Lobo com o ator e poeta Gianfrancesco Guarnieri, morto em 2006, fazem parte do registro. Apesar de se ater à trajetória musical do compositor, o documentário em alguns momentos revela lembranças íntimas, como quando relembra a parceria com Torquato Neto em "Pra Dizer Adeus". Aparentemente a letra falava de amor, mas após o suicídio de Torquato, em 1972, Lobo descobriu que se tratava também de outra despedida.

A mistura sofisticada de ritmos nordestinos, como o frevo e o maracatu, com a bossa nova carioca tem razão de ser na música de Lobo: apesar de nascido no Rio em 1943, Edu Lobo é filho de pais pernambucanos e foi em Recife que passou boa parte da infância. Os teatros de mamulengos, os pregões e a família esperando no porto, "como em um filme de Fellini", forneceram um farto material para a musicalidade do artista.

O DVD, o primeiro da trajetória de Lobo, traz também um show no extinto Mistura Fina, no Rio de Janeiro, gravado em 2006. Ao lado dos músicos Cristóvão Bastos (direção musical, arranjos e piano), Jorge Helder (contrabaixo) e Rafael Barata (bateria) o compositor apresenta 12 composições, abrindo com a elegante "Casa Forte", que apesar de não ter letra foi censurada durante o regime militar.

Ao longo do show, canções como "Corrida de Jangada", "Forrobodó", entre outras, além das canções de "O Grande Circo Místico", compostas junto a Chico Buarque.

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