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O jornalista Luiz Paulo Horta, o novo "imortal" da ABL | Reprodução/G1.com.br
O jornalista Luiz Paulo Horta, o novo "imortal" da ABL| Foto: Reprodução/G1.com.br

"É uma coisa que só acontece uma vez na vida, quando acontece", brinca o jornalista e crítico de música Luiz Paulo Horta, eleito nesta quinta-feira (21) o mais novo integrante da Academia Brasileira de Letras (ABL). "É uma emoção enorme, é uma honra e uma responsabilidade", diz.

Ele vai acupar a cadeira 23 da Academia, cuja última ocupante foi a escritora Zélia Gattai e que um dia pertenceu a ninguém menos que Machado de Assis. "Isso me deixa quase esmagado de responsabilidade; espero não fazer feio", afirma o jornalista.

Logo após receber a notícia por telefone do acadêmico Arnaldo Niskier, Horta seguiu para seu apartamento, em Copacabana, na Zona Sul do Rio. Ao chegar à casa, Luiz Paulo Horta foi recebido com abraços e aplausos de vários acadêmicos, que foram direto da votação para a casa do jornalista cumprimentá-lo pessoalmente. "Essa é a tradição. É uma felicidade ter a oportunidade de participar da Academia", diz sorridente o mais novo imortal.

Horta recebeu 23 votos (de um total de 39 integrantes da ABL) e venceu Ziraldo, que recebeu 11 votos no terceiro escrutínio. O acadêmico eleito liderou a votação também nos dois primeiros escrutínios, em que disputou a vaga com 18 outros candidatos. "Não sabia o que esperar, até vir o resultado você vai constantemente ao céu e ao inferno", afirma o crítico de música.

Luiz Paulo Horta, é carioca, tem 65 anos e possui diversos títulos escritos sobre música erudita. É colunista e editor de opinião do jornal "O Globo" e trabalhou também no "Jornal do Brasil". Entre os títulos com sua assinatura estão "Dicionário de música Zahar", "A música das esferas", "Sete noites com os clássicos", "Guia de música clássica em CD" e "Villa-Lobos - Uma introdução".

Ele também é membro da Academia Brasileira de Música. Entre 1985 e 1990 foi o responsável pela seção musical do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.

Ziraldo

Em entrevista por telefone, o cartunista Ziraldo, o segundo mais votado, disse que já esperava o resultado negativo. "Não tinha nem colocado champagne para gelar", disse Ziraldo. "Mas fiquei feliz pelos votos recebidos", disse.

A candidatura de Ziraldo foi cercada de polêmica depois que ele recebeu R$ 1 milhão em indenização e pensão mensal de R$ 4 mil em razão da perseguição política na época da ditadura militar. O cartunista e escritor disse que "estava se lixando" para os críticos da concessão do benefício e que estes "tomavam cafezinho com Golbery [do Couto e Silva, integrante do regime militar no Brasil]".

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