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 | Fotos: Agência O Globo
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Os pontos altos

Avenida Brasil termina nesta sexta-feira, no capítulo 179, como um dos maiores sucessos da história recente da teledramaturgia brasileira. Confira alguns dos trunfos da inesquecível história de João Emanuel Carneiro:

Figurino

Os estilos de Débora, Suelen e Carminha estão nas ruas.

Trilha

Mesmo falando mal, todo mundo se viu cantando "Oi, Oi, Oi" ou "Eu Quero Tchu".

Divino

O subúrbio simpático fez muita gente se interessar pelas periferias brasileiras.

Suspense

As "barrigas" (enrolações da trama) existiram, mas foram poucas. E a cada capítulo, um novo clímax.

Crianças

Mel Maia e Bernardo Simões (Nina e Jorginho crianças) encantaram. A fofa Ana Karolina Lannes (Ágata) também.

Humor

As tiradas de Carminha, Zezé, Suelen, Leleco e o risinho de Nilo caíram na boca do povo.

Cenário

O exagero proposital da mansão Tufão e a recriação do lixão impressionaram.

Família

As refeições da família Tufão, onde todos falavam juntos, renderam ótimas cenas.

  • Cláudia Missura- Paulista de São José do Rio Pardo, Cláudia firmou sua base no teatro. Na tevê, esteve em novelas como A Favorita (2008) e Tempos Modernos (2010), e fez participação em A Grande Família. Contratada por obra na Globo, espera que Avenida Brasil lhe traga mais trabalho.
  • Juliano Cazarré- Gaúcho de Pelotas, mas criado em Brasília, tem uma extensa lista de trabalhos no cinema – são mais de dez longas. Em 2012, esteve em cartaz com Febre do Rato, de Cláudio Assis, e 360, de Fernando Meirelles. Depois de fazer as séries Som & Fúria (2008) e Força-Tarefa (2009), estreou em novelas em Insensato Coração (2011).
  • Cacau Protásio- Carioca, pavimentou a carreira no teatro, mas já vinha aparecendo de forma tímida na tevê, em participações. No início de Avenida Brasil, seu nome nem sequer aparecia na abertura da novela.
  • Emiliano D’Avila- Baiano formado em Artes Cênicas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), trocou Salvador pelo Rio de Janeiro em 2008, para tentar uma vaga no espetáculo Clandestinos, de João Falcão. A peça, que virou série de tevê em 2010, volta aos palcos cariocas em novembro, com o elenco original.

Nas poucas vezes em que aparecia em cena, no início de Avenida Brasil, Adauto (Juliano Cazarré) só sabia dizer que o mundo iria acabar. Numa novela muito centrada na história principal, e com tipos marcantes como Carminha (Adriana Esteves), Nina (Débora Falabella), Tufão (Murilo Benício) e Leleco (Mar­­cos Caruso), parecia mesmo difícil que aquele maluquinho do subúrbio ganhasse algum destaque. Tanto que nem mesmo o autor da trama, João Emanuel Carneiro, imaginava que o lixeiro pudesse chegar ao fim do folhetim, nesta sexta-feira, entre os personagens mais populares e – por que não? – inesquecíveis do Divino. "Para você ter a dimensão da proporção que o personagem tomou na trama, eu guardei para o último capítulo a razão de Adauto ter errado o pênalti", diz o autor.

Adauto não foi o único azarão entre os coadjuvan­­tes que tiveram suas falas multiplicadas no decorrer da novela. As empregadas Zezé (Cacau Protásio) e Janaína (Cláudia Missura), e Lúcio (Emiliano D’Avila), o filho marginal desta última, também ganharam relevância e popularidade nestes últimos meses. "Quem entrou naquele núcleo da mansão do Tufão acabou se dando bem. A Zezé e a Janaína foram crescendo loucamente porque comecei a adorar as duas juntas. Elas formam um par fantástico", elogia João Emanuel.

O autor diz planejar muito bem a trajetória dos personagens centrais, mas admite só desenvolver a trama dos seus coadjuvantes conforme a novela se desenrola. "Eu aprendo sobre os personagens e crio para eles com a novela já no ar. Às vezes, o ator pode ser ótimo, mas se a história não casar com ele, não há como desenvolver", explica Carneiro, citando o exemplo de Beverly (Luana Martau), tipo que não chegou a deslanchar. "A atriz é ótima, mas eu não tinha trama para ela."

Virada

No caso de Adauto, a virada veio depois do envolvimento do lixeiro com Muricy (Eliane Giardini). Mesmo assim, essa trama quase morreu na praia. Inicialmente, o autor achava estranho botar o amante da mãe de Tufão para viver na mansão da família. "Achei pesado e fiz o Adauto se sentir mal por viver às custas do Tufão. Ele até ameaçou ir embora, mas como o Juliano Cazarré teve um entendimento fino do personagem e faz esse homem bruto de forma tão delicada, o Adauto agradou."

Em sua segunda novela, Juliano, de 32 anos, admite "que não queria passar em branco". "Cada vez que eu recebia o bloco de capítulos e via que teria mais falas, eu me surpreendia. Com esse trabalho pude mostrar um lado meu ainda desconhecido na tevê. Faço novela justamente por gostar do que não sei. Sou um ator que gosta de enfrentar problemas. E essa linguagem das novelas era algo que eu ainda não sabia muito bem como funcionava."

Pela segunda vez numa novela do autor – ela viveu a irmã de Murilo Benício em A Favorita –, Cláudia Missura ficou temerosa ao saber que Janaína seria uma empregada. Nenhum problema com o tipo, já interpretado pela atriz, de 39 anos, na peça e no filme Domésticas (2001). "Não queria entrar em cena só para servir o suco da madame. Mas me falaram que a personagem também teria um lado dramático. E isso se confirmou quando ela descobriu que o filho era um marginal", conta a atriz.

Antes e depois

Parceira constante de cena de Cláudia, Cacau Protásio hoje divide sua carreira em antes e depois de Avenida Brasil. A invejosa personagem caiu nas graças do público de tal maneira que uma de suas cenas recentes – a que troca a letra do forró "Correndo Atrás de Mim" – virou hit na web e ganhou vários remixes. "Fiquei contratada quando fazia Ti-Ti-Ti (2010), mas a personagem apareceu pouco. A Zezé também começou bem pequenininha, mas tive a oportunidade de crescer. Hoje, ela faz parte da história. Para mim, tudo é muito novo. Antigamente eu andava na rua e era mais uma na multidão. Um ator quer trabalhar e aparecer", admite Cacau, de 37 anos.

Aos 26 anos, Emiliano D’Avila vivenciou a mesma experiência dos outros três colegas. "O Lúcio deu uma crescida nesta retal final ao virar amante da Carminha. Eu nunca imaginei que ele seria um dos principais vilões e teria toda essa importância", reconhece o ator, que aceitou o convite sem saber praticamente nada sobre o personagem.

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