No primeiro grande show da Corrente Cultural 2014, Elza Soares "divou" e colocou o povo para dançar na Rua XV de Novembro. Acompanhada da Orquestra a Base de Cordas, a formação de instrumentistas curitibanas lideradas pelo violonista João Egashira que tradicionalmente acompanha as principais atrações da festa.
Elza começou cautelosa. Sentada no centro do palco, se desculpou por uma recente cirurgia no quadril que limitava sua proverbial performance. "Operei a coluna, mas a garganta tá boa", avisou antes de iniciar o show com Mulata Assanhada de Ataulfo Alves. Na segunda musica, porém ela já estava de pé, apoiada no pedestal do microfone, contagiando o publico com sua voz poderosa e seus famosos vocalizes.
O repertório ensaiado com a OABC privilegiou sambas-canção de compositores como Lupicínio Rodrigues e Dorival Caymmi que são a base dos primeiros discos gravados pela cantora na década de 1960.
O show começou com 30 minutos de um atraso que teve um lado bom; as cercas de duas mil pessoas que a esperavam as 11h30 protocolar, triplicaram e se eletrizaram quando Elza cantou rascante e à capela Meu Guri de Chico Buarque.
A cantora aproveitou para afirmar seu amor pela cidade, elogiou o ex-prefeito Rafael Greca, cumprimentou o atual, Gustavo Fruet (PDT) que estava na plateia e saudou o Bar do Torto o boteco-museu em homenagem ao se ex-marido e eterno amor Mané garrincha, que Elza visitou na sexta-feira (14). "Foi lindo demais. Sai 'torta' de lá". Depois deixou claras as diretrizes de sua arte: "Batalho pelo reconhecimento do valor, das mulheres, dos negros e do mundo gay", bradou.
No final, do show Elza atacou sambões arrasa-calçadão como Vou Festejar, de Jorge Aragão, e Madalena do Jucu, de Martinho da Vila. O sol brilhou e o show terminou em grande estilo, com quatro dançarinos adorando a diva ao som de seu clássico Malandro, também de Jorge Aragão. Grande final de um show que já esta na lista dos melhores da história das correntes e viradas. Grande começo para a edição 2014.
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