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Poucas comédias conseguem ser tão francas quanto Em Busca do Prazer, lançada nas locadoras brasileiras sem ter passado pelos cinemas. O tema, se não chega a ser novo, ainda é tabu: a disfunção sexual feminina (DSF). Um transtorno que, no Brasil, atinge cerca de 51% das mulheres de todas as idades – uma incidência comparável a de outros países. As causas são as mais variadas, e podem estar relacionadas a problemas hormonais, doenças como diabetes e hipertensão, uso inadequado de medicamentos e, principalmente, fatores psicológicos.

A DSF não é, necessariamente, sinônimo de frigidez. Na maioria dos casos, há interesse sexual e prazer, mas falta o orgasmo. E é justamente a incapacidade de atingir essa "fronteira final" que põe em risco o casamento de Priscilla Chase, a protagonista do filme do diretor Billy Kent. Vivida pela atriz e comediante Parker Posey (de Pânico 3, Festa de Aniversário e, mais recentemente, Superman – O Retorno), a personagem é uma executiva competente e esposa exemplar. Ou quase. Seu marido, o professor ginasial Jack Chase (Paul Rudd, de O Âncora e O Virgem de 40 Anos), sofre com a frustração de não satisfazer a mulher.

O problema, claro, não é culpa dele. Considerada pelo chefe "a única pessoa ao mesmo tempo criativa e previsível", Priscilla se mostra sonsa e travada em tempo integral. Tanto que, quando uma colega lhe mostra um artigo de revista sobre a DSF, ela age como se não tivesse idéia do que se trata.

Finalmente conscientizada, a personagem inicia uma hilária jornada em busca do orgasmo e, por tabela, do auto-conhecimento. Seu percurso acidentado inclui visitas a um sex shop e até aulas de masturbação com uma professora esquisitíssima (Liza Minelli, tão bizarra quanto a personagem, em participação especial passável). Mas quando Priscilla, enfim, conhece o prazer solitário, surge outra barreira. Ela constata que, na verdade, não consegue se entregar de corpo e alma a um parceiro. Nessa altura dos acontecimentos, Jack já está fora de sua vida, envolvido com uma aluna para lá de precoce (Mischa Barton, a Marissa do seriado de tevê The O.C.).

É óbvio que, no fim das contas, Priscilla encontra o amor e o prazer – e com quem ela menos espera, diga-se de passagem. Sua história serve como um recado para as mulheres (e homens também!) que enfrentam dificuldades semelhantes: o sexo, antes de tudo, está na cabeça. Uma lição batida, é verdade, mas ainda difícil de aprender. GGG

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