• Carregando...
Cherie Blair lança autobiografia "Speaking for Myself" | MARIO ANZUONI/REUTERS
Cherie Blair lança autobiografia "Speaking for Myself"| Foto: MARIO ANZUONI/REUTERS

Depois de dez anos como mulher de um primeiro-ministro britânico, sendo "vista mas não ouvida", Cherie Blair decidiu que era hora de contar sua história, depois de seu marido, Tony, deixar o cargo, em junho de 2007.

Em sua autobiografia, "Speaking for Myself", ela escreveu sobre como foi criar quatro filhos na residência oficial do primeiro-ministro, em Downing Street, ser criticada constantemente pela mídia e sobre as pessoas interessantes que pôde conhecer.

O livro saiu na Grã-Bretanha em maio e virou best-seller. Foi lançado recentemente nos Estados Unidos.

Cherie Blair falou à Reuters sobre sua vida de advogada, mãe e mulher de um líder mundial.

Por que você decidiu escrever esse livro?

Eu ganho a vida falando. Sou advogada, defendo pessoas no tribunal, e continuei a fazer isso enquanto Tony estava em Downing Street. Mas minha persona pública era de alguém que era muito vista, mas não ouvida. O que aconteceu foi que havia um vazio, e nesse vazio a imprensa criou uma persona. É estranho -- meu marido foi tão bem sucedido, um político tão convincente, que se tornou mais fácil atacar a mim que a ele. Quando soubemos que Tony deixaria o cargo, comecei a pensar em escrever um livro sobre mim mesma. Para mim, foi uma grande experiência catártica.

Qual foi a reação de seu marido ao livro?

Ele me deu apoio desde o primeiro momento. Achou boa idéia. Ele ficara espantado com as críticas da imprensa a mim e achou que era uma boa oportunidade para eu apresentar minha versão - os argumentos da defesa. Acho que ele passou por cima das partes mais femininas, emocionais. Meu livro não é um livro político - é a história de uma mulher, escrita como eu contaria a história a minhas amigas e a meus filhos.

Que papel exerceram as crianças?

Uma das coisas que constatei, especialmente quando encontrava as mulheres de chefes de Estado, é que sempre temos algo em comum: falar sobre nossas famílias. E as crianças pequenas, especialmente Leo, quando era bebê, são ótimas para quebrar o gelo. Quantas criancinhas podem dizer que em seu primeiro ano de vida conheceram o presidente dos Estados Unidos, o presidente da França, Nelson Mandela, até mesmo o presidente da China?

O que você achou do filme premiado com o Oscar "A Rainha", estrelado por Helen Mirren?

Achei que Helen Mirren foi fantástica no papel da rainha. Foi um relato basicamente exato, mas não totalmente exato. Foi engraçado eu me ver retratada na tela -- pensei "eu queria ser realmente tão magra assim."

Como foi sua relação com a rainha Elizabeth 2?

Fui uma garota de uma família modesta de Liverpool. Durante toda minha vida, a rainha foi a rainha. Ela chegou ao trono antes de eu nascer. Para mim, conhecer a rainha um pouco - seria um engano criar a impressão de que a rainha e eu somos amigas - foi um privilégio fantástico. Ela, pessoalmente, sempre me tratou com grande gentileza.

Que conselho você daria às potenciais primeiras-damas dos Estados Unidos, Michelle Obama e Cindy McCain?

Acho que nenhuma delas precisa de conselhos meus. Mas acho que o papel da mulher do chefe de Estado ou chefe de governo, em parte, é manter a família unida, garantindo que a vida familiar continue a mais normal possível. Nesta cultura de atenção da mídia 24 horas por dia, é preciso trabalhar duro para proteger nossos filhos.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]