A atriz Meryl Streep: indicada ao Oscar 16 vezes, feito sem equivalentes| Foto: Divulgação

Embora sempre tenha desfrutado de enorme prestígio junto à crítica e ao público, a norte-americana Meryl Streep, até pouco tempo atrás, não era vista como chamariz de bilheteria. Isso mudou – e muito – a partir de O Diabo Veste Prada (2006), cujo êxito comercial em todo o mundo foi repetido pelo musical Mamma Mia! (2008) e pela comédia dramática Julie & Julia (2009), na qual vive o papel da especialista em culinária e apresentadora de tevê Julia Child, ícone da cultura po­­pular dos EUA. Por seu desempenho, Meryl venceu o Globo de Ouro (comédia ou musical) e emplacou a 16.ª indicação ao Oscar, quebrando seu próprio re­­corde. E, como se não bastasse, a atriz está em outro grande êxito comercial, com mais de US$ 110 milhões acumulados nos cinemas dos Estados Unidos, a simpática comédia romântica Simplesmente Complicado, que estreia hoje no Brasil.

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No filme de Nancy Mayers (do sucesso Alguém Tem Que Ceder), a Meryl vive uma personagem que vem dando o que falar. Ela é Jane, uma mu­­lher divorciada, beirando os 60, dona de uma boulangerie e mãe de três filhos adultos. Quando já não espera maiores reviravoltas na vida, a personagem se vê tendo um caso com o ex-marido, o sedutor Jake (Alec Baldwin, impagável no papel), agora casado com uma mulher bem mais jovem. Ao mesmo tempo, começa a ser cortejada por Adam (Steve Martin), arquiteto que fará a reforma de sua casa, um sujeito recém-divorciado e tímido.

Às amigas, depois de algumas taças de vinho, Jane confessa, diante desse novo momento de sua vida: "Descobri que sou meio... vagabunda". Saída da boca de Meryl, a frase, que poderia soar até certo ponto vulgar, permite elocubrações sociológicas pertinentes.

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Não é comum um filme discutir a vida sexual de uma mulher da idade de Jane (ou de Meryl). Ela mesma, a certa altura, fala do pudor de se despir diante do homem com quem viveu durante 20 anos, mas que não a vê nua há dez. Cogita uma cirurgia plástica para corrigir a pálpebra que lhe cai sobre um dos olhos e a impede de ver televisão. Mas sai correndo quando ouve do médico detalhes sobre a intervenção necessária para corrigir o "defeito".

Há muito a ser louvado no fato de Jane – uma mulher à beira da terceira idade que se apaixona e faz sexo diante das câmeras – ser o centro da narrativa de um bom filme que já beira US$ 200 mi­­lhões de bilheteria no mundo. Longa vida a Meryl Streep! GGG