Luciano Candisani, que há 12 anos clica para a revista National Geographic, é um dos cinco fotógrafos brasileiros que exibem portfólios na Casa Andrade Muricy| Foto: Luciano Candisani /Divulgação

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Mais do que uma exposição, a abertura de uma coletiva fotográfica hoje, às 18h30, em todo o andar superior da Casa Andrade Muricy, oferece ao público a oportunidade única de conhecer e bater um papo com alguns dos nomes mais significativos da fotografia brasileira.

"Será uma grande oportunidade de aprendizado", diz o fotógrafo português radicado em Curitiba Orlando Azevedo, que logo após a vernissage vai mediar ali mesmo, no bochincho da exposição, o debate Arte e Colecionismo – Fotografia, com a participação dos fotógrafos Christian Maldonado, Marcelo Greco, Bob Wolfenson e o artista plástico Sergio Fingermann.

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Ao redor da discussão, estarão expostas cerca de cem imagens que fazem parte dos portfólios dos fotógrafos Ana Regina Nogueira, Bob Wolfenson, Cristiano Mascaro, Luciano Candisani e Orlando Azevedo, lançados pela editora paulistana Schoeler Editions, especializada em edições limitadas de portfólios, livros artesanais e impressões fine art.

Azevedo, o último a integrar o projeto, lança oficialmente seu portfólio durante a exposição, idealizada por ele. São paisagens em preto-e-branco realizadas, muitas delas já vistas na exposição individual Expedição Coração do Paraná, realizada no Museu Oscar Niemeyer em 2006. Além das fotografias "em tamanho médio, mais intimistas", a mostra também disponibiliza para manuseio os portfólios de cada artista, cada um, com 20 imagens impressas.

Colecionismo

Ao criar o projeto de portfólios, Azevedo explica que a intenção da editora, criada no ano passado por Cristiano Mascaro e Marcelo Greco, foi sensibilizar o público para o colecionismo. "É um material luxuoso, de padrão internacional, e com custo de R$ 5 mil, o que é muito acessível", diz o fotógrafo.

Com tiragem de 20 exemplares, os primeiros portfólios a serem lançados, como o de Cristiano Mascaro, já começam a se esgotar. Azevedo espera que a exposição possa chamar a intenção de pessoas interessadas em colecionar fotografia. "No Paraná, há poucos colecionadores de artes plásticas e praticamente nenhum de fotografia", diz.

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Além do colecionismo, o debate pretende "ajustar o foco" em um momento em que qualquer um faz "um cursinho Walita" e se autointitula fotógrafo, como alfineta o paranaense. "Há uma porção de ‘artistas’ que usam, mal-usada, a fotografia como suporte e acham que sabem fotografar", analisa Azevedo. O status de arte da fotografia, uma velha questão, ganha peso com a presença de um artista plástico entre os fotógrafos – o paulista Sérgio Fingermann.

Além de Azevedo, outros dois fotógrafos exibem portfólio com imagens em preto-e-branco. Ana Paula Nogueira descobriu a fotografia nos Estados Unidos, clicou para a revista Vogue e, em 1994, voltou ao interior de Minas, onde deu novo ritmo ao seu trabalho. Cristiano Mascaro, que iniciou sua carreira na revista Veja, em 1968, é um dos mais importantes fotógrafos de arquitetura da capital paulista e recebeu o Prêmio Internacional de Fotografia Eugène Atget, em Paris, em 1984.

Os portfólios em cor são de Bob Wolfenson, reconhecido e premiado nos campos da moda e publicidade, e Luciano Candisani, que há 12 anos fotografa a natureza para a revista National Geographic e, por estes trabalhos, já recebeu cinco Prêmios Abril de Jornalismo.