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O Espaço Parlapatões ficará fechado por tempo indeterminado em respeito e consideração ao drama vivido pelo autor de teatro Mário Bortolotto, de 47 anos, que, desde sábado (5), está em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa de Misericórdia, no Centro de São Paulo. O dramaturgo reagiu a um assalto no bar do teatro Parlapatões, na Praça Roosevelt, levou três tiros e ficou gravemente ferido.

De acordo com a assessoria de imprensa dos Parlapatões, os integrantes do grupo estão mais preocupados em acompanhar a possível recuperação de Bortolotto. Ele tem uma peça de teatro encenada no Espaço Parlapatões.

"Agradecemos aos telefonemas, e-mails e mensagens de solidariedade e o carinho de nossos amigos e do público, que tem nos dado força e alento nesse momento difícil pelo qual todos nós estamos passando", diz a nota publicada no blog dos Parlapatões.

A orientação para o público que comprou o ingresso é que vá até a bilheteria do teatro, a partir das 16h deste domingo (6) e o troque por outro com nova data ou peça o dinheiro de volta. A programação regular do espaço é de terça-feira a domingo.

Bortolotto foi atingido por disparos efetuados por quatro criminosos armados. Os tiros perfuraram seu tórax, pescoço e ombro. Ele passou por cirurgia para a retirada das balas. O próximo boletim médico sobre seu estado de saúde será divulgado por volta das 14h deste domingo.

Um suspeito de ter disparado contra o autor de teatro teve sua imagem divulgada pelos policiais. Ele aparece de boné na gravação feita pelo circuito interno de câmeras do local onde quatro homens armados fizeram 20 pessoas, entre funcionários e clientes, reféns. O grupo fugiu levando um paletó e um molho de chaves do vigia do bar do teatro.

Ilustrador

Durante a ação dos criminosos, o ilustrador Henrique Figueiroa, de 30 anos – que usa o pseudônimo de Carlos Carcarah - também foi atingido pelos disparos. Segundo informou neste domingo a assessoria de imprensa do hospital Sírio Libanês, onde ele está internado, o ilustrador está em observação, passa bem e deve ter alta na segunda (7).

Trajetória de sucesso no teatro

Nascido em Londrina, no Paraná, Mário Bortolotto é um dos mais respeitados dramaturgos da cena teatral brasileira, autor de cerca de 27 montagens. Com textos modernos, que misturam elementos do rock, dos quadrinhos e do cinema, já foi premiado pelo conjunto de sua obra pela Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA), além de ter recebido o prêmio Shell de Teatro pelo espetáculo "Nossa vida não vale um Chevrolet", em 2008.

Bortolotto também é escritor e já lançou quatro livros: a coletânea de poesias "Para os inocentes que ficaram em casa" e os romances "Mamãe não voltou do supermercado", "Bagana na chuva" e "Atire no dramaturgo". Este último, lançado em 2006, reúne os textos que ele escreve em seu blog homônimo há 5 anos.

O autor também costuma se apresentar na noite paulistana com sua banda de rock, a Saco de Ratos Blues, que mistura poesia e canções pouco conhecidas de artistas como Itamar Assumpção e Cazuza.

Atualmente, no Espaço Satyros, na mesma praça Roosevelt, há uma peça de Bortolotto em cartaz, "A lua é minha". Com direção de Luis Eduardo Frin, o espetáculo conta a história de um artista plástico em crise e sua relação com uma jovem que se apresenta como musa.

O dramaturgo também é autor da peça "O natimorto", adaptação do romance de Lourenço Mutarelli, "A frente fria que traz a chuva" e "Getsêmani".

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