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Ao fechar as cortinas pelas costas do público e aprisioná-lo no palco, onde as cadeiras da plateia são integradas a um cenário perturbador e surreal, o espetáculo "Espelho Para Cegos" , que estreou ontem no Teatro da Reitoria, anuncia desde o início a experiência inquietante que propõe.

É neste ambiente um tanto hostil para o público (que fica meio desconfortável no palco) que o espetáculo da Cia de Teatro dos Novos e da Universidade Livre de Teatro Vila Velha, dirigido por Marcio Meirelles e inspirado no livro "Teatro Decomposto" ou "O Homem-Lixo", do dramaturgo romeno Matéi Visniec, se desenrola com uma linguagem ousada, que entre seus recursos lança mão de projeções de vídeo, trilha sonora climática e jogos de luz que envolvem o espectador a ponto de ofuscá-lo.

O texto é fragmentado em pequenas histórias que se passam em nove palcos independentes e simultâneos. Além de sua força poética e narrativa, elas criam metáforas e diálogos com questões contemporâneas com alta densidade filosófica e política — tema em que se mostra mais impactante.

Sobre os palcos se passam histórias de indivíduos solitários, isolados, agredidos por realidades aterrorizantes; quando se agrupam, no mesmo nível do público em fusão com a cena, se mostram manipuláveis, confusos e violentos.

No conjunto, a estreia da peça no Festival de Curitiba apresentou um espetáculo forte, esteticamente instigante e carregado de significados que abrem inúmeras possibilidades de leitura, especialmente sensíveis a partir do olhar de um espectador em tempos de tensões ideológicas das mais complexas.

Espelho para CegosTeatro da Reitoria (R. XV de Novembro, 1.299, Centro), (41) 3360-5066. Dia 27 de março, às 21 horas. Ingressos esgotados. Consulte a programação da mostra oficial em www.gazetadopovo.com.br/cadernog. Ingressos à venda nos shoppings Mueller, ParkShopping Barigüi e Palladium e pelo site www.festivaldecuritiba.com.br.

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