Zanatta e Rosana: talento e pesquisa ao adaptar Esperando Godot| Foto: Milla Jung/ Divulgação

Ver uma montagem de Esperando Godot é sempre uma experiência marcante. Para o bem ou para o mal. Quando se trata de uma empreitada séria, que envolve pesquisas e profissionais com talento – caso do espetáculo criado pelo grupo O Círculo –, é possível que você nunca mais se esqueça do que viu.

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Conhecer o texto escrito por Samuel Beckett (1906-1989) não é imprescindível, mas com certeza ajuda a criar empatia pelos personagens e a avançar pelos 120 minutos de ação.

A sinopse é de uma simplicidade apavorante: duas figuras maltrapilhas, Estragon e Vladimir, estão próximas de uma árvore à espera de um certo Godot que nunca chega. Ele pode estar atrasado, os dois podem ter se enganado quanto à data ou quanto ao local. Nada é certo.

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Da maneira de andar e gesticular até a musicalidade da voz, Mauro Zanatta conseguiu encarnar Estragon tão bem que é quase impossível reler a peça depois de vê-lo no palco sem escutar sua voz dizendo "É verdade". A frase aparece sempre que é lembrado por Vladimir (Rosana Stavis) de que não podem ir embora porque estão esperando Godot. "É verdade."

Trilogia

Esperando Godot é a primeira peça de uma trinca que o Círculo Núcleo Teatral batizou de Trilogia da Solidão. Até o segundo semestre do ano que vem, o grupo deve se dedicar ao clássico A Tempestade, de Shakespeare, e Astério, do autor curitibano Luís Henrique Pellanda.

Serviço

Esperando Godot. Auditório Salvador de Ferrante — Guairinha (Teatro Guaíra — R. XV de Novembro, s/nº), (41) 3304-7961. Texto de Samuel Beckett. Tradução de Fábio de Souza Andrade. Direção de Flávio Stein. Com Mauro Zanatta, Rosana Stavis, Leandro Borgonha e Karina Pereira. De quinta-feira a sábado, às 21 horas, e aos domingos, às 19 horas. R$ 15 e R$ 7 (meia). Até 19 de outubro.

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