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Foi inaugurada em Berlim na terça-feira a primeira exposição que celebra os "heróis silenciosos" da Alemanha, que ajudaram judeus a escapar da perseguição nazista durante o Holocausto.

A exposição consiste em fotos, cartas e outros documentos dos cerca de 20 mil não judeus na Alemanha que arriscaram suas vidas para dar comida, abrigo ou trabalho a judeus entre 1938 e 1945.

"Existem muitos memoriais às vítimas do nazismo, mas nunca houve um dedicado exclusivamente a esses heróis", disse Johannes Tuchel, diretor de uma organização que cuida de memoriais à resistência contra o nazismo.

Depois de mais de 60 anos tentando compreender como os alemães puderam apoiar Hitler, muitos ainda temem qualquer justificação aparente ou evasão de responsabilidade pelo nazismo.

Tuchel disse que a exposição "Heróis Silenciosos" não abriu antes porque a questão da resistência aos nazistas é delicada na Alemanha.

Andre Schmitz, o responsável pela cultura na prefeitura de Berlim, disse que o local da exposição, no agitado distrito de Mitte, também é significativo.

"Fica a alguns passos de distância da antiga fábrica de pincéis onde o ativista antinazista Otto Weidt infringiu a lei ao dar a judeus cegos e surdos abrigo e oportunidade de trabalho durante o governo de Hitler", disse ele ao jornal Berliner Zeitung.

A exposição, que é permanente, celebra muitos indivíduos cujas ações até agora eram desconhecidas do grande público. Mas também inclui fotos e escritos de Oskar Schindler.

Schindler, cuja história serviu de base para o filme de 1993 de Steven Spielberg "A Lista de Schindler", premiado com o Oscar, foi um empresário que empregou mais de 1.100 judeus em sua fábrica e ajudou a salvá-los da deportação a campos de concentração.

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