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Durante a recente Festa Literária Internacional de Paraty, a Flip, em agosto, o poeta Ferreira Gullar declamou, com emoção, versos de sua obra-prima, "Poema Sujo". Não foi a primeira vez, mas a ternura da plateia comoveu o escritor. Gullar já havia gravado um CD, em 2006, em que declamava os versos para uma edição comemorativa. Faltava um DVD com imagens, falta agora compensada pelo Instituto Moreira Salles e a VideoFilmes.

Juntos, produziram "Poema Sujo Lido por Ferreira Gullar", que será lançado amanhã na sede do IMS, no Rio de Janeiro. A comemoração será completada por uma mesa-redonda com o próprio Gullar, além de Antonio Carlos Secchin e Alcides Villaça, mediados por Eucanaã Ferraz.

Escrito entre maio e outubro de 1975, durante o período em que o poeta viveu exilado (e isolado) em Buenos Aires, o "Poema Sujo" foi gravado por Gullar na época, a pedido de Vinicius de Moraes que o encontrou na Argentina. Trazida clandestinamente para o Rio, a fita cassete foi ouvida em audições entre amigos e, logo, trechos foram transcritos e distribuídos pela cidade, tornando-se um clássico.

A ideia de regravar o poema aconteceu em 2005 e partiu do então diretor do IMS, Antonio Fernando de Franceschi. Ele convidou João Moreira Salles para a coordenação e Walter Carvalho para a direção de fotografia, que filmaram o poeta em outubro daquele ano.

O DVD, que custa R$ 45, traz ainda um encarte em que Gullar descreve o contexto em que escreveu a obra, além de textos de Vinicius e Paulo Mendes Campos.

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