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Enfrentar fila em shopping center lotado, se estressar com trânsito e histeria de consumo e ainda por cima encarar Papai Noel com esse calor? Francamente, muito melhor é vestir um bermudão, mergulhar no mar do Ceará e à noite ouvir música da boa. É o que está fazendo o produtor Capucho, que resolveu unir esse prazer com cultura nas areias de Jericoacoara, litoral do Ceará. Sob sua orientação, começa na quarta o primeiro festival Choro Jazz Jericoacoara. "É um antigo sonho fazer um evento de música boa num lugar lindo como esse", diz Capucho, direto de sua rede.

Capucho, que também é responsável, entre outros, pelo Festival Instrumental de Guarulhos, diz que a ideia de unir choro e jazz num mesmo evento num ambiente turístico já vem de 10 anos atrás. "Era para ser em Tiradentes, mas por falta de patrocínio, a gente adiou. Venho a Jericoacoara desde o início da década de 90 do tempo que não tinha energia elétrica aqui. Conheço bastante gente aqui e os nativos foram botando na minha cabeça a ideia de trazer música boa para eles ouvirem", conta.

Capucho conseguiu patrocínio da Eletrobrás e apoio da prefeitura local, além de colaborações de artistas que o conhecem e que bancaram suas próprias passagens para ir ao festival. Muitos dos músicos que vão tocar no festival e outros que não fazem shows também darão oficinas de graça. Entre eles estão Maurício Carrilho, Toninho Horta, Alessandro Penezzi, Alex Buck, Jean Garfunkel e Arismar do Espírito Santo. "A ideia não é parar só no festival, é transformar Jeri numa cidade musical, criar uma escola de música, para dar dignidade para a molecada estudar.

Outros Festivais

No Recife, a Feira Música Brasil, que começa no dia 9 e vai até o dia 13, não só vai proporcionar o acesso a uma infinidade de shows, mas também discutir o mercado para isso. Esse é um dos temas dos debates, que começam no dia 10 e vão levantar questões como marketing, divulgação e direito autoral na era digital, gestão de carreiras, o futuro das gravações fonográficas. Calcada em três eixos básicos - mercado, cultura digital e tendências -, a FMB foi realizada pela primeira vez há dois anos nos mesmos locais do centro da capital pernambucana.

Da Bahia para Pernambuco, há um baiano que conhece bem as festas do interior, Moraes Moreira, uma das atrações do I Festival de Arte, Música e Negócios (Famune), que será realizado em Pesqueira, perto de Recife, nos dias 18 e 19. O compositor e cantor André Rio conta que a ideia do evento, promovido pela produtora Central da Música e pela ONG Ipedec, é juntar a produção musical regional, como o forró pé-de-serra, com o artesanato local e nomes de expressão da música brasileira. A parte de negócios é mais voltada para a produção dos artesãos: trabalhos com rendas, barro e doces.

"O convite a mim e a Luciano Magno veio para que a gente arrebanhasse esses artistas e participasse da escolha deles. Então chamamos uns amigos como Elba Ramalho, Fafá de Belém, Moraes Moreira, e juntamos com os artistas regionais, que fazem bastante sucesso nos segmentos de frevo e forró pé-de-serra", diz Rio. "Alguns desses artistas têm carreira de mais de 20 anos com vários discos lançados. No meu ver, a gente está fazendo isso como combate à invasão dessas bandas de forró eletrônico vindo do Ceará. Aqui a gente quer dar condições de igualdade de competição." A ideia é, a partir de Pesqueira, levar a proposta do evento para outros municípios de Pernambuco, que, afinal é a terra do Rei do Baião.

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