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O Festival de Cinema de Veneza deste ano equilibrou o glamour de Hollywood com filmes de conteúdo artístico, depois de pesar a mão no evento de 2004. No entanto, neste domingo, os organizadores disseram que o futuro do festival é incerto sem uma nova sede para o evento.

A cerimônia de gala da premiação no Lido foi polêmica. O aclamado "Brokeback mountain", de Ang Lee, a história de um amor proibido entre dois caubóis, derrotou o favorito "Good night. And, good luck", de George Clooney, levando para casa o Leão de Ouro.

Italianos desapontados perguntaram-se se Giovanna Mezzogiorno foi eleita melhor atriz por "Don't tell" como um prêmio de consolação para o país, que não vence o prêmio principal desde 1998.

Enquanto o palco do festival era desmontado, o diretor do evento, Marco Muller, disse que estava feliz com os 11 dias de festa, que não contou com nenhum dos grandes atrasos do ano passado.

- Há sempre problemas que podem no futuro ser evitados. E é isso que nós precisamos saber dos diretores, dos produtores e dos distribuidores - afirmou Muller à imprensa. - Até agora, os resultados foram incrivelmente positivos.

Mas o festival enfrenta dúvidas sérias sobre seu futuro. O novo Palácio do Cinema, em forma de iceberg, projeto de 100 milhões de euros, não saiu do papel, sem apoio financeiro. E Roma planeja lançar um festival também.

Sem uma casa nova e maior, o festival não vai ter como crescer e segurar as estrelas de Hollywood, que nos últimos anos têm comparecido cada vez em maior número. Assim, não haverá como competir com Cannes e Berlim.

Muller afirmou que não continuará no comando do festival sem a nova sede. "É uma questão de dinheiro, e a gente não deve se envergonhar. Cinema é uma indústria."

Muller e Davide Croff, que comanda a Bienal, organizadora do festival de cinema, afirmaram que o futuro de Veneza não depende de Roma, mas de uma nova sede.

- O verdadeiro problema é o desenvolvimento do festival, para o qual o palácio é fundamental - disse Croff. - Mas se a gente vai debater isso por 36 anos, não é Roma que vai nos derrotar. Veneza vai afundar.

Atualmente espremido no antigo Pal cio do Cinema, o festival transborda por um monte de armações de lona e os cassinos do Lido.

Depois de um decepcionante festival de Cannes, os críticos receberam bem Veneza pela seleção eclética de filmes.

O chamado cinema de arte recebeu um impulso com a premiação de "Les amants réguliers", de Phillippe Garrel, uma história de amor que se passa em Paris depois de maio de 1968. Garrel levou o Leão de Prata por melhor direção.

Alguns questionaram o prêmio à italiana Mezzogiorno, que não estava entre as favoritas. A Itália não ganhou nenhum dos principais prêmios no ano passado nem no retrasado, o que gerou protestos na imprensa do país.

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