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Lázaro Ramos e Pedro Fonda em cena de "O Cobrador" | Divulgação/Festival de Cinema de Gramado
Lázaro Ramos e Pedro Fonda em cena de "O Cobrador"| Foto: Divulgação/Festival de Cinema de Gramado

Como tem se tornado praxe nos últimos anos, o melhor filme apresentado até agora no Festival de Gramado foi um latino: "Nacido y Criado", do diretor argentino Pablo Trapero ("Família Rodante", "El Bonaerense"), que tem entre os produtores o brasileiro Walter Salles ("Diários de Motocicleta").

Com um roteiro simples e envolvente, a fita, veiculada na noite de terça-feira (14), fala do drama de um rapaz de classe média que perde a mulher e a filha pequena em um acidente de carro. Culpando-se pela tragédia, ele se isola em uma gelada cidade do interior da Argentina, convivendo com pessoas simples, brutas até, mas que se revelam extremamente importantes em sua recuperação.O primeiro latino apresentado no evento gaúcho foi o documentário "Cocalero", do diretor argentino Alejandro Landes, exibido na segunda (13). O filme é uma espécie de "Entreatos" (documentário de João Moreira Salles sobre Lula) gringo, mostrando a campanha de Evo Morales à presidência da Bolívia. A interessante produção – que mostra os últimos dois meses de viagens do candidato, antes da eleição – teve a sessão prejudicada, pois sua cópia em 35mm não chegou a tempo. Como solução, a organização decidiu veicular uma cópia em DVD do filme, enviada para avaliação e seleção do evento. O material apresentou péssimos som e imagem, além de um inacreditável aviso de cópia privada de serviço, que aparece impresso em quase a totalidade do documentário.Essa foi mais uma das constantes falhas que têm acontecido nas projeções no Palácio dos Festivais. Na quarta-feira (15), a produção mexicana "O Cobrador – In God We Trust", de Paul Leduc, também exibida em DVD, teve os dez minutos iniciais apresentados fora de foco. O pessoal da projeção só se mexeu para resolver o problema depois de alguns gritos insistentes da platéia do festival.O brasileiro Lázaro Ramos e o americano Peter Fonda (um dos míticos protagonistas de "Easy Rider – Sem Destino") comanda o elenco da produção, que toma como base quatro contos do escritor brasileiro Rubem Fonseca. Provocador, Leduc embaralha os textos e personagens e apresenta uma narrativa muito fragmentada, no estilo dos filmes dos cineastas David Lynch ("Cidade dos Sonhos") e Ruy Guerra (que até faz uma ponta no filme). A fita tem bons momentos, mas também destaca seqüências para lá de estranhas.

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