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Exibido na mostra competitiva Horizonte do 62º Festival de Veneza, esta quinta-feira, o longa-metragem "Árido movie", do pernambucano Lírio Ferreira, foi ovacionado por crítica e público. Fotografado por Murilo Salles, a produção, estrelada por Guilherme Weber, Selton Mello e Giulia Gam, foi aplaudida durante 10 minutos ininterruptos ao fim da sessão, despontando como um dos destaques do festival.

- Foi maravilhoso ver as pessoas de Veneza rindo das cenas cômicas. Elas riam e eu chorava de emoção. Até Murilo Salles, que é durão, foi às lágrimas - brinca Lírio, comemorando a boa recepção do filme, que será exibido hors concours na Première Brasil do Festival do Rio.

"Árido movie" é único longa-metragem brasileiro no festival. "O jardineiro fiel", filme de Fernando Meirelles que será exibido nesta sexta-feira, é uma produção britânica.

O longa de Lírio Ferreira mostra a tão conhecida seca do sertão de uma maneira muito peculiar e com as características que já consagraram o diretor pernambucano em "Baile perfumado", de 1996.

Antes de embarcar para Veneza, Lírio achava engraçado levar o drama da seca para uma cidade onde sobra água.

- Paradoxal levar um filme sobre falta d'água para uma cidade completamente inundada, é a cara do filme... - diz Lírio, referindo-se aos inúmeros canais navegados pelas tradicionais gôndolas venezianas.

"Árido movie" foi comparado ao longa "Idade da Terra", de Glauber Rocha, pelo diretor da mostra internacional do 62º Festival de Veneza, Marcos Müller. Ele exaltou o filme em entrevista ao site da "BBC": "É um poema épico que lembra muito Glauber. Fiquei surpreso com o resultado do trabalho do Ferreira. Gostei muito de 'Baile perfumado' e sou um apaixonado por histórias de cangaceiros", disse entusiasmado, justificando a escolha do longa para a mostra Horizontes, dedicada a novas tendências no cinema.

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