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Henry Cavill como o Super-Homem: roteiro irregular atrapalha atuação | Divulgação
Henry Cavill como o Super-Homem: roteiro irregular atrapalha atuação| Foto: Divulgação

DVD

O Homem de Aço

(Man of Steel. Estados Unidos, 2013). Direção de Zack Snyder. Com Henry Cavill, Amy Adams e Russell Crowe. Warner Bros. !42 min. Classificação indicativa: 12 anos. Locação e venda. Preço médio: R$ 39,90 (DVD), R$ 69,90 (Blu-ray) e R$ 89,80 (Blu-ray 3D). Ação.

O Homem de Aço tinha como ambição apresentar ao público um Superman repaginado, em seu 75.º aniversário. A ideia era mostrá-lo com um perfil mais sombrio e desprovido de boa parte de sua inocência. No entanto, a empreitada do diretor Zack Snyder (de 300), produzida pelo talentoso cineasta Christopher Nolan, que reinventou o Batman na trilogia O Cavaleiro das Trevas, não deu muito certo.

Ao tentar emprestar a Clark Kent contornos mais realistas, o mergulhando em um mundo menos idealizado do que o visto nas versões cinematográficas anteriores, o filme acabou por descaracterizar o super-herói, tirando-lhe boa parte do charme, que talvez estivesse justamente nesse excesso de bom-mocismo, por mais anacrônico que parecesse aos olhos cínicos do século 21.

Mais do que uma história de aventuras, ação ou amor, O Homem de Aço, que agora chega às locadoras e lojas em vários formatos, pretende ser um drama de ficção científica, cujo protagonista é um alienígena em busca de seu lugar no universo. Até aí, tudo bem: essa premissa poderia ter rendido uma obra surpreendente, talvez mais contemporânea.

O problema é que, apesar de ter um prólogo interessante, que mostra o fim de Krypton, planeta natal de Kal-El (Henry Cavill), e a luta de seu pai, Jor-El (Russell Crowe), para salvar o legado de sua espécie, enviando o filho para a Terra, o que se segue não convence e vai perdendo o rumo aos poucos.

O ator britânico Henry Cavill (de Imortais), primeiro não americano a viver o papel, não fica muito a dever a Christopher Reeve, que estrelou quatro longas-metragens (os dois últimos muito ruins) como Super-Homem. Mas o roteiro, irregular, não dá a Cavill oportunidade de estabelecer com o público a empatia necessária. Seu Superman é esquecível e não por conta de sua atuação.

Se o filme acerta no tom intimista com que trata da vida de Clark Kent, enquanto ele se mantém anônimo, no interior de Kansas, ao lado dos pais, vividos pelos ótimos Kevin Costner e Diane Lane, a partir do momento em que o rapaz é chamado pelo destino a cumprir seu papel de salvador da humanidade, o filme desanda de vez. Talvez pela ênfase excessiva nas sequências de combates, que tomam intermináveis 40 minutos do longa, e, principalmente, pelo descuido no desenvolvimento dos personagens.

Por exemplo, a relação de Clark Kent com Lois Lane (Amy Adams), um dos pilares das histórias do super-herói, é relegada a segundo (ou terceiro) plano. Também não convence o embate do herói com o general Zod, vivido pelo excelente Michael Shannon, que não consegue, também por conta da mediocridade do roteiro, tornar crível o arquivilão, também oriundo de Krypton.

Agora é esperar por Batman vs. Superman, superprodução prevista para 2015 em que Kent vai enfrentar o mítico Homem-Morcego, agora vivido por Ben Affleck, em um duelo de titãs. Quem viver, verá. GG

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