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No segundo dia do festival literário Litercultura em Curitiba, que é esta sext-feira (30) será exibido às 17h no Teatro Paiol, o filme "Dossiê 50: Comício a Favor dos Náufragos", do jornalista Geneton Moraes Neto. No filme definitivo foram ouvidos todos os 11 jogadores do Brasil, o técnico nacional Flávio Costa e Alcides Gigghia, o carrasco autor do gol da vitória Uruguai em pleno Maracanã. Depois do filme haverá um bate-papo com o diretor.

Em seguida, às 19h30 o escritor, jornalista e dramaturgo Sérgio Rodrigues irá debater com a plateia o tema "O Futebol como Personagem de Romance". Rodrigues lançou no ano passado o elogiado romance O drible ( Cia das Letras) em que o futebol tem papel fundamental na trama que mostra a relação entre pai e filho. Na semana passada, o Caderno G conversou com Geneton Moraes Neto sobre seu filme e sua participação no festival Litercultura: "Precisamos anistiar os jogadores da Copa de 50". Diante da Copa do Mundo no Brasil com final marcada para o novo Maracanã, seria impossível que o espectro da derrota do Brasil para o Uruguai na Copa de 1950 não rondasse as pautas e discussões sobre o torneio mundial.

Em sua participação no Litercultura, no dia 30 de maio, o jornalista Geneton Moraes Neto quer promover um ato público em favor da anistia dos jogadores da Copa de 1950.

"Não é uma frase feita. Acho que é a hora de dar a anistia a estes homens que passaram uma vida inteira condenados", afirma.

Geneton, que exibirá no Teatro do Paiol seu documentário Dossiê 50: Comício a Favor dos Náufragos, também vai aproveitar para relançar o livro Dossiê 50 (Objetiva) também em formato e-book.

O livro contém a íntegra das entrevistas com todos os jogadores que participaram da trágica partida e também do carrasco Alcides Ghiggia.

"Não são trabalhos sobre futebol, não sou jornalista esportivo. Mas, como repórter, tive a sorte de colher o depoimento de todos os 11 jogadores que estiveram em campo", conta.

Para ele, os "caídos" de 1950 merecem o perdão, pois morreram carregando a mágoa de não terem sido reconhecidos pelo primeiro título importante do Brasil em cenário mundial. "O trauma da derrota foi tão forte que pouca gente nota que ali nascia uma geração de campeões, que deu visibilidade internacional ao futebol brasileiro", constata.

"Temos que deixar de falar de 50 como a urucubaca maior, a grande tragédia. Tivemos uma conquista e quero dar simbolicamente a anistia aos jogadores", diz.

Geneton acredita que a dor da derrota é tão perene até hoje por "desmentir uma ambição de grandeza de um país pobre", algo que também aconteceu outras vezes."Na véspera da posse, o primeiro presidente civil, Tancredo [Neves], adoece e acaba morrendo. Também aconteceu com o Senna, a caminho de um tetracampeonato que parou na curva Tamburello".

Programe-seFestival Litercultura• 17h – Exibição do documentário Dossiê 50: Comício a Favor dos Náufragos, do jornalista Geneton Moraes Neto.• 19h30 – Bate-papo "O Futebol como Personagem de Romance", com o escritor ficcionista, crítico literário e jornalista Sérgio Rodrigues. Teatro do Paiol (Praça Guido Viaro, s/nº, Prado Velho). Entrada gratuita. Sujeito à lotação.

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