Filme "Stardust" é conto de fadas da tolerância

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Era uma vez uma terra chamada Muralha, que, como faz supor o nome, tinha uma grande muralha em seu entorno. Nela vivia um jovem ansioso por ousar, conhecer novas pessoas e experimentar aventuras magníficas. Assim, ele decidiu ultrapassar a muralha proibida (que separava o mundo dos humanos do universo da mágica e fantasia) e descobrir o que de tão misterioso havia do outro lado. E foi justamente durante essa jornada que o nosso jovem Dunstan Thorn (Nathaniel Parker) teve sua primeira noite de amor -e descobriu, nove meses mais tarde, que dela nasceu um filho, batizado Tristan (Charlie Cox).

Era uma vez uma história em quadrinhos lançada em 1997 que, um ano mais tarde, virou livro, conquistou fãs em todo o mundo e foi bastante premiada. Seu autor é Neil Gaiman, que chega nesta sexta-feira (12) aos cinemas brasileiros com "Stardust - O mistério da estrela", justamente a fábula que revelará o destino de Tristan Thorn.

O rapaz vive com seu pai, na pacata Muralha, e sonha em conquistar o coração da bela e loira Victoria (Sienna Miller). A moça está interessada em outro homem, bom partido, mas quando Tristan diz a ela que enfrentaria todos os perigos para conquistar seu coração, ela lança uma proposta: ele teria uma semana -daquele dia até a data de seu aniversário- para conseguir encontrar e trazer para ela de presente uma estrela cadente que ambos viram "caindo do céu". Tristan topa o desafio sem titubear, viola a muralha (a exemplo do que seu pai fizera no passado) e segue rumo à estrela.

Ao encontrá-la, se surpreende não apenas com um rochedo ou algum tipo de pó celestial, mas com uma linda e bem-humorada (e muito mais simpática) mulher, Yvaine (Claire Danes). Ela é a estrela que Tristan precisa levar para presentear Victoria. Ele a aprisiona e a leva consigo de volta para casa. Mas não é apenas nosso rapaz apaixonado que está atrás da estrela.

O rei de Stormhold (Peter O'Toole) acaba de morrer, mas, antes, deixa firmado que será seu sucessor no trono o filho que encontrar seu colar -que por um acaso do destino acaba no pescoço de Yvaine. Além disso, o coração reluzente da jovem estrela é a única coisa capaz de devolver o poder e a jovialidade de três irmãs bruxas.

Mais força

"Stardust" é um conto de fadas especial. Se no livro já era bom, o visual mágico do cinema só fez incrementar e dar mais força à linda -e muitas vezes cômica- história de Gaiman, que se preocupou (e foi extremamente bem-sucedido em seu propósito) em construir um enredo que valoriza tanto a aventura quanto a exposição de valores relacionados especialmente ao amor e à tolerância.

Além disso, o elenco do filme não poderia ser mais competente. Destaque para Michelle Pfeiffer, que começa como uma bruxa horrenda para depois mostrar que, do alto de seus 49 anos, está mais linda e talentosa do que nunca. E o papel mais genial do longa é de Robert De Niro, um pirata enrustido, que se desdobra para manter a ternura no mundo machista e grosseiro em que vive.

Dirigido pelo jovem Matthew Vaughn, "Stardust" teve um orçamento de US$ 65 milhões, mas não foi muito bem nas bilheterias americanas. O filme estreou por lá há exatamente um mês e arrecadou apenas US$ 38 milhões.