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A temporada deste ano foi marcada pela participação de regentes e solistas convidados | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
A temporada deste ano foi marcada pela participação de regentes e solistas convidados| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Orquestra será dirigida por comissão artística

Com a saída do maestro Osvaldo Ferreira, a Orquestra Sinfônica do Paraná não terá um regente titular em 2014 e a direção artística será feita por uma comissão formada pela direção do Teatro Guaíra, da Associação dos Músicos da OSP (Amosp) e representantes da sociedade.

Maestros como John Neschling, Fabio Mechetti e Cláudio Cruz devem ser convidados para períodos de "residência" à frente da orquestra.

"A avaliação que fazemos é que tivemos bons nomes convidados. Mas o que comprometeu todo o processo foi o gasto muito alto por concerto", diz o presidente da Amosp, José Dias de Moraes Neto. "Acreditamos que dá para fazer uma programação com nomes estrangeiros, com convidados, que não precise ser tão cara. É isso que estamos tentando fazer para o ano que vem".

Entre as ideias para 2014 também está a realização de concertos em outros espaços da cidade e o retorno dos concertos noturnos.

Interatividade

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  • Osvaldo Ferreira não terá substituto em 2014

O último concerto da Orquestra Sinfônica do Paraná (OSP), realizado no Guairão, no domingo passado, encerrou a temporada 2013 e também um capítulo na história de 28 anos do grupo.

Após três anos à frente da orquestra, o maestro Osvaldo Ferreira comunicou publicamente sua saída dos cargos de regente titular e diretor artístico.

O regente português não teve seu contrato renovado pelo Teatro Guaíra. "A troca de maestros é uma coisa normal", explica a diretora-presidente, Monica Rischbieter. "Ele fez um trabalho muito bom, mas a orquestra tem uma outra proposta para o ano que vem, e houve discordâncias quanto aos caminhos artísticos", explica. Procurado pela reportagem, Ferreira não quis comentar o assunto. A direção artística da orquestra será feita por uma comissão em 2014.

Programação

A temporada 2013 foi orientada pelos "pilares" que marcaram a direção artística de Ferreira à frente do grupo – o convite a solistas e regentes de outras orquestras, como o maestro alemão Michael Zilm (em junho) e o violinista ucraniano-israelense Vadim Gluzman (no início de dezembro), e a execução de obras de compositores brasileiros contemporâneos, como Marlos Nobre (abril) e os participantes do concurso de composição da Bienal Música Hoje (agosto), em equilíbrio com obras do repertório mais tradicional, como Verdi e Wagner (cujos bicentenários foram lembrados no concerto de abertura da temporada). A série de concertos para crianças foi mantida, mas não repetiu o sucesso de 2012.

Problemas

Embora tenha trabalhado com um cronograma definido já no início do ano – planejamento apontado como um dos principais êxitos da direção de Osvaldo Ferreira –, a orquestra chegou a cancelar concertos devido a cortes no já baixo orçamento. Com cerca de R$ 1 milhão para a programação artística, incluindo gastos com contratações de instrumentistas que faltam no atual quadro de músicos, houve poucas viagens ao interior e a montagem de óperas, por exemplo, foi impossibilitada. A escassez de recursos foi novamente a principal limitação em 2013, e está no centro do quadro que levou à saída do regente titular.

"Ele entrou com projeto de mudança, de reestruturação da OSP para ser orquestra de ponta, e teve um grande empenho pessoal nessa direção. Mas, de alguma forma, não teve interesse das instâncias maiores do governo", opina o regente assistente da OSP, Márcio Steuernagel.

"Vejo que o episódio como uma crise, no sentido de que não foi uma transição planejada. Entendendo a crise como oportunidade, este é o momento para Curitiba e o Paraná se perguntarem o quão relevante é um projeto artístico consistente para a sua orquestra", defende.

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