Flip termina com aumento de público

• 0

O balanço preliminar da 5ª Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP), divulgado por seus organizadores, atesta o sucesso crescente do evento. Cerca de 20 mil pessoas, segundo estimativa da prefeitura, visitaram a cidade, e o número de ingressos vendidos chegou a 33 mil.

No ano passado, os visitantes foram estimados em 12 mil e a venda de ingressos para os debates realizados nos cinco dias nas tendas Dos Autores e Da Matriz somou 24 mil.Com um time de estrelas da literatura internacional, sobretudo de língua inglesa, a Flip teve seus momentos de maior público com as apresentações do Prêmio Nobel J. M. Coetzee, e das seguintes duplas: a também Nobel Nadine Gordimer e o israelense Amós Oz; dos escritores e roteiristas de cinema Guillermo Arriaga e Dennis Lehane, e dos jornalistas estrangeiros Robert Fisk e Lawrence Wright.

Esteve ainda entre os que venderam ingressos mais rapidamente o argentino Alan Pauls. Menos popular, mas campeão em polêmica foi o londrino Will Self, que protagonizou a mesa mais animada e barulhenta da Flip. O mais jovem da Flip, Ishmael Beah, também destacou-se: conseguiu lotar a Tenda dos Autores, mesmo na tarde do último dia do evento.

A programação deste ano, a cargo do jornalista Cassiano Elek Machado, inovou ao promover o diálogo da literatura com o teatro – Nélson Rodrigues foi o homenageado deste ano - , com o cinema – Arriaga e Lehane -, e com a música – o cantor Lobão também esteve em Paraty.

Já convidado para fazer a programação do próximo ano Cassiano disse que trabalhou o conceito de literatura "não apenas na moldura do livro". "Acho que deu para fazer esse diálogo sem descaracterizar a Flip", avaliou.

Apesar do sucesso, há déficit de caixa, informou Mauro Munhoz, diretor da Flip. "Precisamos de R$ 60 mil para fechar as contas", disse. O número de pessoas que trabalhou na organização da Flip chegou a 500.

Munhoz disse que os problemas de infra-estrutura ocorridos este ano - como o blecaute na cidade sábado à noite, bem na hora da leitura de Coetzee – e o acesso de fotógrafos e jornalistas credenciados às tendas serão discutidos para que não se repitam no ano que vem.