Fragmentos de clássicos do balé

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Na linguagem da dança, divertissement são trechos de balés apresentados em um mesmo espetáculo. A Escola do Teatro Bolshoi, de Joinville, chega hoje a Curitiba para apresentar, às 20 horas, um Divertissement inédito no Paraná. No programa, serão exibidas variações e Pas de Deux (dança de dupla) das obras Don Quixote, La Bayadère, O Quebra-Nozes, A Esmeralda e Chopiniana. O espetáculo acontece a convite da Orquestra de Câmera da PUCPR, que mantém desde 2005 um convênio com a escola de dança.

Subirão ao palco 17 bailarinos, entre 15 e 18 anos. Os fragmentos escolhidos fazem parte de espetáculos do repertório da escola, como O Quebra Nozes, e de obras inéditas, como Chopiniana, que será dançada na íntegra no Festival de Dança de Joinville, no próximo dia 25 de julho.

Divertissement é um espetáculo flexível, pois não exige que os bailarinos viajem com a orquestra e o elenco é menor, facilitando a montagem. Além dos interessados em dança clássica, visa atingir uma parcela maior da população, contradizendo a idéia de que balé é uma arte elitista. Até o final do ano, a Escola do Teatro Bolshoi espera formar uma companhia jovem, com os integrantes que se formam em dezembro.

A escola

Joinville foi a primeira cidade fora da Rússia a abrigar uma representação do Teatro Bolshoi, a renomada escola de balé fundada em 1776, em Moscou. Em março de 2000, a escola foi instalada na cidade pela iniciativa de João Carlos Prestes, filho de Luís Carlos Prestes, e Jô Braska, sua mulher e bailarina. Sem fins lucrativos, a Escola de Teatro Bolshoi conta com o apoio dos Amigos do Bolshoi, grupos de empresas que patrocinam a escola a partir de leis de incentivo.

O grupo de professores na parte de dança e preparação física é formado por cinco russos, um ucraniano e 12 brasileiros. A escola trabalha com o Método Vaganova, repassado por meio de oficinas semanais aos professores do Brasil. Em 2007, a responsável por ministrar esse ensino é a professora Galina Kravchenko. Na parte musical a Escola conta com treze profissionais, sendo dois russos.

Em 2004 os diretores da escola foram acusados de irregularidades pelo promotor público Davy Lincoln Rocha. O assunto foi divulgado no programa Fantástico e o Bolshoi ficou sob suspeita. "Essa questão foi terrível para a escola", comenta Christiane Dunzer, assessora de comunicação. "Os diretores foram afastados e a sede em Moscou solicitou que um professor russo ficasse responsável", afirma. Após a demissão de Jô Braska, no mês passado, o maestro Pavel Kazarian, da Rússia, assumiu o cargo de professor interino.

A sede própria foi projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer e está em fase de captação de recursos. Além da escola, a sede abrigará um teatro e um edifício de moradias, com um total de 500 metros quadrados.

Serviço: Divertissement. Escola do Teatro Bolshoi no Brasil. Dia 30 de maio. TUCA (Campus da PUCPR – Rua Imaculada Conceição, 1155). Ingressos a R$ 10 (preço único). A compra e a retirada dos ingressos deve ser feita das 11 às 19 horas, na secretaria do Centro de Ciências Exatas e de Tecnologia (CCET), bloco azul em frente ao TUCA, no Campus Curitiba da PUCPR.