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Livro 11977 – Red Riding – Vol. 2David Peace. Tradução de Rodrigo Peixoto. Benvirá, 288 págs., R$ 39,90. Romance.

Segunda parte da série Red Riding, composta por sete obras e iniciada com o livro 1974, que tenta seguir as pegadas do serial killer conhecido o estripador de Yorkshire. Neste segundo capítulo, baseando-se em sua longa pesquisa sobre o caso, o autor britânico David Peace utiliza dados reais para contar a atemorizante e até hoje mal resolvida história, um dos casos que superaram a proverbial eficácia da Scotland Yard.

No livro, um policial e um jornalista, cada um a sua maneira, investigam as mortes de prostitutas aparentemente cometidas pelos mesmos criminosos que praticaram ataques semelhantes três anos antes. Ambos porém, misturam suas vidas pessoais ao caso ao se apaixonarem perigosamente pela mesma prostituta.

Por que ler? A exemplo do primeiro livro, a narrativa é composta praticamente só de diálogos, o que a torna um quebra-cabeça que pode confundir o leitor um pouco mais desatento. Quem for fisgado pela história e pelos personagens, no entanto, experimenta um enredo vertiginoso com diálogos ferinos e mal-humorados, tudo no cenário do agitado verão de 1977, ano em que o punk rock explodiu na Inglaterra, bagunçando a tradicional sociedade de súditos de sua majestade. (SM)

DVDA Viagem dos ComediantesGrécia, 1975. Direção de Theo Angelopoulos. Lume Filmes. Classificação indicativa: 14 anos. Drama. Preço médio: R$ 49,90. Também para locação.

A partir das experiências dos atores de uma trupe teatral, o filme retrata o período de 1936 a 1952 na história da Grécia, passando por uma ditadura, a ocupação nazista e a guerra de libertação iniciada em 1945, além de outros acontecimentos importantes na trajetória mais recente do país.

Por que ver? Angelopoulos foi atropelado por um motociclo no Pireu, sul de Atenas, em 24 de janeiro de 2012, e morreu no mesmo dia. É um dos grandes nomes do cinema mundial, diretor de obras-primas como Paisagem na Neblina (1988) e A Eternidade e Um Dia (1998). A Viagem dos Comediantes dá ao espectador a oportunidade de conhecer um de seus primeiros trabalhos, que já demonstra seu grande talento para criar imagens de extrema potência. (PC)

CDFazendo as Pazes com o SwingOrquestra Imperial. Ping Pong/MPB/Universal Music. R$ 28. Samba.

Em Fazendo as Pazes com o Swing, o supergrupo Orquestra Imperial se reconcilia, de fato, com o samba, cinco anos depois do elogiado álbum de estreia – sintomaticamente batizado de Carnaval Só Ano Que Vem.

O grupo, que reúne nomes "novos" da música, como as cantoras Thalma de Freitas e Nina Becker, e veteranos, como Wilson das Neves, volta a imprimir o clima leve, solto e experimental que o fez tão bem-sucedido, mas em composições mais sofisticadas e sambas mais alegres – apesar de lembrar o falecido Nelson Jacobina, para quem o disco foi dedicado (a capa traz uma foto do músico morto em maio).

A produção é de Kassin e Berna Ceppas, dois dos fundadores da Orquestra Imperial, que comemora 10 anos em 2012.

Preste atenção: em canções como "Cair na Folia", na voz de Duani, que exemplifica bem a concepção acelerada do novo trabalho, ao passo que "Enquanto a Gente Namora", uma parceria de Thalma e João Donato, pontua seu lado mais calmo. (RRC)

Livro 2Visita à BaleiaPaulo Venturelli e Nelson Cruz. Editora Positivo. 59 págs. R$ 30.

Colocar um título como Visita à Baleia na categoria "infantil" é injusto com a obra e com o público. O livro do curitibano Paulo Venturelli é ótimo: texto primoroso, uma história graciosa, ilustrações (do mineiro Nelson Cruz) dignas de uma produção clássica. Adultos podem apreciá-lo tanto quanto as crianças – talvez até mais. Venturelli fala de um menino pequeno que vive em Brusque (SC) e que um dia é chamado pelo pai para ver uma baleia que está na praça da cidade.

Por que ler? O ponto de vista infantil, a simplicidade do mundo descrito (o menino é de família humilde), a conclusão bem bolada: tudo isso faz de Visita à Baleia um daqueles livros oferecidos ao público infantil que os adultos adoram ler e reler. No balanço deste ano que está acabando, vai ser difícil encontrar título "infantil" melhor do que este. (MS)

TeatroUm Olhar BrechtianoTeuni – Teatro Experimental Universitário (Trav. Alfredo Bufren, 140, com entrada pela escadaria da UFPR), (41) 3310-2736. Sexta-feira e sábado, às 20h30, e domingo, às 19h30. Até 16 de dezembro. Entrada franca. Classificação indicativa: 16 anos.

O grupo de teatro da Universidade Federal do Paraná, Palavração, faz uma imersão no universo do dramaturgo e diretor alemão Bertolt Brecht. Em cartaz até o dia 16 de dezembro, o espetáculo Um Olhar Brechtiano reúne cenas de Ascensão e Queda da Cidade de Mahagonny, A Ópera dos Três Vinténs, Terror e Misérias do 3.º Reich e A Resistível Ascensão de Arturo Ui. O que dá liga aos trechos é uma boa performance de narração lírica. Impossível sair do teatro sem uma noção da visão de mundo do criador do grupo Berliner Ensemble – que é reforçada por vídeos e frases escolhidas pelo diretor Hugo Mengarelli.

Não perca: Quando um ator "dobra", ou seja, faz mais de um papel num espetáculo, é uma boa oportunidade de verificar sua habilidade de construir personagens diversos. Isso acontece na peça, já que os quatro trechos fazem o elenco voltar em cena. Um dos melhores momentos traz ainda uma atriz-mirim que dá verdade à cena. (HC)

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