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BoxRock and Roll Hall of Fame Live

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Vários artistas. Caixa com 9 DVDs. Coqueiro Verde. Preço médio: R$ 109. Classificação indicativa: livre.

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O Rock and Roll Hall of Fame é uma instituição norte-americana dedicada a homenagear artistas, produtores e outros profissionais da indústria fonográfica que tenham exercido grande influência na música popular. As cerimônias anuais de introdução dos novos integrantes ao tal "salão da fama" nunca deixam de surpreender. Pense numa festa do Grammy em que o improviso reina, ou seja, num teatro repleto dos maiores nomes da música que se sentem livres para estabelecer parcerias inusitadas – e, algumas vezes, não planejadas – no palco. O resultado, invariavelmente, são números musicais antológicos: Mick Jagger ao lado de Bruce Springsteen, em 1988; o mesmo Springsteen lembrando sua origem irlandesa e juntando-se ao U2 para entoar "I Still Haven’t Found What I’m Looking for"; a reunião de Eric Clapton, Ginger Baker e Jack Bruce, o trio original do Cream; Ringo Starr na bateria, Billy Joel ao piano e um exército de guitarristas que inclui George Harrison, Bob Dylan, John Fogerty, Jeff Beck e Les Paul; Eddie Vedder à frente dos sobreviventes do The Doors; e assim por diante.

Por que comprar? Qualquer fã de música ficará maravilhado com o conteúdo desta caixa de DVDs. Os exemplos ao lado são uma pequena fração das mais de 11 horas do melhor que o rock-and-roll já ofereceu ao mundo, além de incontáveis momentos emocionantes, como o discurso de introdução de John Lennon ao Hall of Fame, feito por Paul McCartney, sem contar as cenas de ensaios e bastidores incluídas nos extras. (JPP)

CDPart Lies Part Heart Part Truth Part Garbage: 1982–2011

R.E.M. Warner Music. R$ 52,90. Rock.

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Lançada há menos de um mês e já disponível em edição nacional, a coletânea dupla Part Lies Part Heart Part Truth Part Garbage: 1982–2011 foi o último projeto em que Michael Stipe (voz), Peter Buck (guitarra) e Mike Mills (baixo) trabalharam juntos antes de anunciar o fim das atividades do R.E.M., em meados de setembro. São eles os responsáveis pela impecável seleção das 40 canções aqui presentes, saídas dos catálogos das gravadoras IRS e Warner e dos 15 álbuns de estúdio lançados pelo grupo ao longo de seus 31 anos de carreira.

O primeiro disco reúne clássicos da fase pós-punk do início dos anos 80, entre eles os hinos alternativos "Talk about the Passion", "So. Central Rain", "Fall on Me", "The One I Love", "It’s the End of the World as We Know It (and I Feel Fine)" e "Losing My Religion". Até a alegre "Shiny Happy People", música odiada pela banda e deixada de fora da coletânea In Time (2003), aqui teve seu lugar garantido.

Já o segundo CD tem início com três faixas da obra-prima Automatic for the People (1992) – "Everybody Hurts", Man on the Moon" e "Nightswimming"–, seguidas de uma boa seleção do que a banda veio fazendo ao longo dos anos 1990 e 2000.

Preste atenção: há ainda espaço para as inéditas "We All Go Back to Where We Belong", "Hallelujah" e "A Month of Saturdays". Uma retrospectiva definitiva da obra do R.E.M. e uma prova de que é possível manter a criatividade e a dignidade artística ao longo de décadas. (JG)

DVDContra o Tempo

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Estados Unidos, 2011. Direção de Duncan Jones. 20th Century Fox/Imagem Filmes. Classificação indicativa: 12 anos. Apenas para locação. Ficção científica.

A mesmice que reina em Hollywood é tanta que, quando surge um diretor que demonstre capacidade criativa acima da média, ele é imediatamente assediado pelos grandes estúdios, pouco importando de onde seja. É o que está ocorrendo com José Padilha, reconhecido pelo talento demonstrado nos dois filmes da franquia Tropa de Elite, escalado para dirigir o novo Robo Cop. E o que aconteceu a Duncan Jones, filho do astro do rock David Bowie. Depois de sua excelente estreia com Lunar, ele volta a acertar em Contra o Tempo, já realizado com orçamento mais generoso em um grande estúdio. Jake Gyllenhaal vive o papel de Stevens, um oficial americano ferido em combate na guerra contra o terrorismo, que se revolta ao saber que, sem ser consultado, está fazendo parte de um experimento ultrassecreto. Trata-se de um projeto capaz de manipular o tempo e que arremessa o militar, a cada oito minutos, para uma situação de extremo perigo pouco antes de um atentado a um trem de passageiros no meio-oeste do Estados Unidos.

Por que assistir? Com um roteiro original e muito bem alinhavado, atuações competentes e uma direção que escapa do trivial, Contra o Tempo atesta que Jones não é um cineasta genérico. (PC)

HQQuando Lá Tinha o Muro... – Lembranças Daqui e de Lá

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Flix. Tradução de Dennis Gerstenberger e Fabiana Fogel Gerstenberger. Tinta Negra, 120 págs., R$ 41,90.

O cartunista e designer alemão Flix compôs neste Quando Lá Tinha o Muro... – Lembranças Daqui e de Lá um sensível retrato de sua geração, cuja infância foi marcada pelo Muro de Berlim, que existiu entre 1961 e 1989. O livro contém diversos e curtos relatos, e as narrativas vão desde fantasias infantis a depoimentos tristes, mas com boas doses de comédia também. É possível testemunhar a visão fantasiosa de Celina, alimentada pelas imaginativas histórias de sua tia; a relação olfativa de Ulrich com a Alemanha Oriental; o complicado sistema de trocas instaurado no país comunista contado por Markus ou as ideias equivocadas de Moritz, que morava na Alemanha Ocidental.

Por que ler: com historietas de apenas três páginas, Flix consegue juntar diversas vozes em um ritmo narrativo fluente. Tanto moradores da Alemanha Ocidental quanto da Oriental compartilham suas experiências, e com eles é possível conhecer um pouco mais dos personagens anônimos que viveram o drama de de viverem apartados de seus conterrâneos por quase meio século. (YA)

LivroNão Me Lembro de Nada

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Nora Ephron. Editora Rocco. 141 págs. Preço médio: R$ 21. Romance

O trabalho de Nora Ephron como roteirista de cinema é bem conhecido no Brasil (Harry e Sally – Feitos um para o Outro, A Difícil Arte de Amar, Julie & Julia). Seus livros têm a mesma verve despretensiosa dos filmes. Falam do mundo sob uma ótica feminina e divertida. Estas duas características se mantêm em Não Me Lembro de Nada, mas agora há um gostinho amargo perpassando todos os textos. Aos 69 anos, Nora registra com melancolia o efeito da passagem do tempo sobre a família (adeus férias com os filhos) e os amigos (a morte da melhor amiga). Ela também registra com fina ironia as novidades do mundo moderno, como as avalanches de e-mails inúteis, os modismos gastronômicos, as tendências tecnológicas que duram pouco. Pena que alguns textos sejam superficiais.

Por que ler? Nora Ephron é cronista de um mundo sofisticado: o dos nova-iorquinos cultos e endinheirados. Mesmo assim, consegue provocar identificação nos leitores e soar como uma velha amiga. É uma leitura despretensiosa, que tem a qualidade de uma conversa muito pessoal. (MS)