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DVD - Somethin’ Grand

Madeleine Peyroux. Universal Music. Preço médio: R$ 44,80. Musical (foto 1)

Já compararam a voz de Madeleine Peyroux à de Billie Holliday. De fato, os timbres são mesmo se­­me­­lhantes. Mas essa som­­bra, ao mesmo tempo lisonjeira e incômoda, já não persegue mais a cantora norte-americana de origem francesa. Seu espaço na cena musical contemporânea está assegurado, dispensando analogias. Este DVD, lançado na esteira de seu mais recente álbum de estúdio, Bare Bones (2009), traz o primeiro registro audiovisual de um show seu e um documentário com duração de 60 minutos sua vida e carreira, além da gravação de cinco versões acústicas de canções do seu repertório.

O show, intitulado Live in Los Angeles, foi filmado em um clube intimista da cidade californiana e vence o desafio de captar o clima que se instaura quando a cantora, que faz um interessante híbrido de jazz, blues e folk, e sua afinada banda entram em cena. Já o documentário Some­thin’ Grand – A Portrait of Ma­­deleine Peyroux cumpre bem o papel de contar a história da artista, desde os tempos em que ela se apresentava nas ruas de Paris até os dias atuais. Mostra como, de intérprete original de canções de outros compositores (Leonard Co­­hen, Elliot Smith e Edith Piaf, entre outros), Madeleine vem se consolidando também co­­mo criadora de seu próprio repertório (PC).

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CD 1 - Greatest Hits (foto 2)

Foo Fighters. Sony BMG. Preço médio: R$ 19,90. Rock.

A morte prematura de Kurt Co­­bain, em 1994, pôs fim à trajetória meteórica do Nirvana, uma das bandas mais influentes da década passada. Seu baterista entre 1990 e 84, o também back­­ing vocal Dave Grohl, soube co­­mo poucos se reinventar a partir da tragédia. Prova disso é esta ótima coletânea do Foo Fighters, grupo por ele formado após o suicídio de Cobain. O CD inclui algumas das melhores músicas pro­­duzidas pe­­lo rock me­­lódico norte-americano nos últimos 15 anos, como "The Pretender", "All My Life", "Learn to Fly", "Best of You", "Times Like These", "My Hero" e "Everlong". Mas também traz duas faixas inéditas, "Wheels" e "Word Forward", ambas gravadas com Butch Vig (que também trabalhou com o Nirvana).

Uma versão especial do álbum, lançada por enquanto apenas nos Estados Unidos, reúne os melhores clipes da banda, muitos deles premiados por sua inventividade e bom humor. (PC)

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Livro 1 - Guia de Drinques dos Grandes Escritores Americanos (foto 3)

Edward Hemingway e Mark Bailey. Zahar, 104 págs., R$ 34. Gastronomia.

Com desenhos do neto de Ernest Hemingway, Edward, e textos de Mark Bailey, este livrinho (porque pequeno) simpático, de capa dura, compila frases e textos de 43 escritores e as receitas de suas bebidas favoritas. Os autores partiram de uma constatação, a de que "escritores gostam de beber". Ou, para citar o dramaturgo irlandês Brendan Behan, são todos "bebedores com problemas de escrita". Apesar do tom leve, o Guia não se arrisca a entrar na seara dos bebedores doentes que, por causa do álcool, tiveram vidas miseráveis ou morreram sofrendo o diabo. Esse cenário é apenas sugerido em alguns momentos – o mais arrebatador é a frase célebre de F. Scott Fitzgerald: "Primeiro você toma um drinque, então o drinque toma um drinque e depois o drinque toma você". Na verdade, os autores tiveram a ideia de compilar escritores e seus drinques enquanto eles mesmos tomavam umas cervejas e procuravam lembrar de histórias antigas e famosas – como a de Hemingway quebrando a bengala de John O’Hara na cabeça. Sem muita pretensão, o resultado é curioso. Além das receitas para os coquetéis, eles incluem também frases dos escritores e trechos de obras em que a bebida é citada. Porém, a lógica que usaram não fica clara. Hemingway, por exemplo, aparece associado ao mojito, embora fosse adepto também de dry martini, vinho e cerveja. Nos 43 nomes compilados, nenhum drinque se repete. (IBN)

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CD 2 - Goodnight Unknown (foto 4)

Lou Barlow. Merge Records. Importado. Preço médio: US$ 14. ROCK

Já se vai quase um quarto de século desde que Lou Barlow (Dinosaur Jr., Sebadoh e The Folk Implosion) foi eleito o rei absoluto do lo-fi (estilo que privilegia gravações em esquema caseiro, com técnicas de baixa fidelidade). Agora, aos 43 anos, contando com um time de bons músicos de apoio e as instalações de um estúdio profissional, Barlow prova a longevidade e a relevância do estilo "tosco" de suas composições em seu segundo disco-solo, Goodnight Unknown.

Simples e sinceras, as 14 canções que compõem o trabalho bem que poderiam ter sido gravadas na sala da casa de Barlow, em uma mesa de quatro canais. Não foram, mas é como se tivessem sido. E isso é uma grande qualidade.

Mais acelaradas e roqueiras, as duas primeiras faixas, "Sharing" e "Goodnight Unknown", remetem a uma versão mais leve do Sebadoh. O restante das composições – à exceção de "One Ma­­chine, One Long Fight", que ecoa The Folk Implosion – é calcada no folk-rock.

É o que se ouve nas belas "Too Much Freedom" (com vocais da cantora e multi-instrumentista norte-americana Lisa Germano) e "I’m Thin­­king", que poderiam figurar em qualquer um dos discos do saudoso Elliott Smith. Destaque também pa­­ra a doçura melancólica de "Take Advan­­tage", que, graças os tris­­tes versos, reforça outro título comumente associado a Barlow: prín­cipe do e­­terno coração partido. (JG)

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Livro 2 - Ética e Educação – Uma Abordagem Atual (foto 5)

Organizada por Renato José de Oliveira e Maria Judith Sucupira da Costa Lins. Editora CRV. 200 páginas. R$ R$ 39,90 (www.editoracrv.com.br/?f=produto_detalhes&pid=3026). Educação.

A ética é uma ferramenta de que podemos lançar mão para alcançar a harmonia social, mas que se presta também a analisar e conduzir o comportamento hu­­ma­­no nas mais diversas áreas. Quando relacionada à educação, a ética busca proporcionar uma formação voltada para a reflexão e a socialização. O desejo de tirar proveito máximo dessa associação reuniu, em 2003, professores e pesquisadores da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro no Grupo de Pesquisa so­­bre Ética na Educação (GPEE). A obra Ética e Educação – Uma Abordagem Atual, organizada por Renato José de Oliveira e Maria Judith Sucupira da Costa Lins, traz alguns ensaios produzidos pelo grupo nesses seis anos de atuação, abordando temas que incluem a produção do conhecimento e a formação dos docentes. (SG)

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CD 3 - Geringonça (foto 6)

Ricardo Teté. Scubidu Music. Preço médio: R$21,90 (www.myspace.com/ricardotete). MPB.

O dicionário crava como "coisa malfeita ou de estrutura precária", mas não é nada disso. Depois de seis anos na França, o cantor e compositor paulistano Ricardo Teté volta ao Brasil com Gerin­­gonça, álbum heterogêneo e divertido, que reúne grandes time de músicos e várias influências.

Surpreendente e bem-humorado, o disco conta com a direção musical do jazzista belga David Linx e colaborações do argentino Minino Garay (percussão) e dos expoentes da música experimental europeia Marc Ducret e Paulo Brousseau. De quebra, arranjo de metais de Larent Cugny, colaborador do mítico pianista e arranjador Gil Evans.

Mas o que gruda as 12 faixas é bem brasileiro. Letras inteligentes que flertam com a literatura e brincam com trocadilhos coerentes – Teté é uma espécie de Arnaldo Antunes mais prosador –, surgem ao natural.

A forte "Rimas" é introduzida pelo vocal de Linx, segue com percussão de Garay e incorpora um violão virtuoso. Na letra, Teté trabalhou sobre uma canção de ode às rimas composta por Claude Nougaro, um dos maiores cancionistas franceses e au­­tor de diversas versões para clássicos da música brasileira, como "Berim­­bau" (de Baden Powell) e "O Que Será" (de Chico Buarque e Francis Hime). A maior festa popular do Brasil é "descomemorada" com "Depois do Carnaval" e com uma versão muito original do samba "Tris­­teza Pé no Chão". Grooves e frases musicais inusitadas com moog e guitarra elétrica conferem enfim o toque de contemporaneidade ao disco, mesmo nas composições com maior referência à música brasileira. (CC)

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