O cantor George Michael, conhecido por despertar tanta controvérsia pública quanto aclamação da crítica, iniciou neste fim de semana sua primeira turnê em 15 anos. Levou ao palco do Palau Sant Jordi, em Barcelona, uma mistura de sucessos dançantes, baladas e comentários políticos.
No ano passado, George Michael anunciara que se divorciara do pop. Mas resolveu fazer uma turnê para celebrar 25 anos de carreira. O nome do giro, de 47 shows: "25 Live".
"Bom, dá para notar, não? Nunca diga nunca", justifica-se o cantor, de 43 anos, num texto que assina no programa. "Eu realmente acreditava que esta noite nunca aconteceria, que eu nunca cantaria essas músicas para vocês novamente. Mas então eu sou bobo."
Enquanto as luzes escureciam, num cenário vazio, na noite de sábado, os acordes de "Waiting" ecoaram pela casa lotada. George Michael chegou timidamente.
- Vocês disseram uma vez que há retorno para todo homem... É muito tarde para tentar de novo? Aqui estou eu!
A multidão gritou, enquanto Michael entrava no palco e iniciava uma jornada pelos sucessos que fizeram dele um dos músicos mais resistentes do pop, com 85 milhões de discos vendidos, um Grammu e seis discos no topo da parada britânica.
O show percorreu de seus tempos de adolescente no Wham, nos anos 80, até sucessos retumbantes de sua carreira solo, como "Fast love" e "Jesus to a child". Também agregou sua nova personalidade pública, lidando com política e sexualidade.
Uma cortina de luzes LED que descia pelo fundo do palco, cobria o chão e chegava à platéia acompanhava o ritmo das músicas e reproduzia padrões dos clipes mais famosos do cantor.
A platéia vibrou muito com "Shoot the Dog", cujo clipe, em desenho animado, mostra o presidente dos EUA, George W. Bush, na capa com o primeiro-ministro britânico, Tony Blair.
A controvérsia não é novidade para Michael, que fez muitas manchetes por causa de drogas e sexo.
Ele foi preso em 1998 por fazer sexo num banheiro público em Los Angeles. Depois disso, encerrou anos de especulação sobre sua sexualidade, anunciando que é gay. Nesse ano, ele foi preso sob suspeita de posse de entorpecentes.
Nos anos 90, seu namorado e sua mãe morreram. Depois desses episódios, ele saiu dos holofotes, gravou dois discos e apareceu ocasionalmente em shows filantrópicos.
Agora, a fase fica para trás. A turnê vai percorrer países europeus, e os ingressos para alguns shows esgotaram-se em minutos.
- Ele parece melhor, se sente melhor, e canta melhor do que em anos - disse Kenny Gross, seu parceiro há 10 anos. - Vai ser fantástico.
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