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Cinema

Hellboy impressiona pelo visual apurado

Segundo longa-metragem inspirado na HQ de Mike Mignola, O Exército Dourado estréia hoje e tem imagens fascinantes, mas roteiro é raso

Liz Sherman (Selma Blair) e Hellboy (Ron Perlman) são namorados em crise no filme dirigido por Guillermo del Toro | Divulgação/Site de cinema OutNow!
Liz Sherman (Selma Blair) e Hellboy (Ron Perlman) são namorados em crise no filme dirigido por Guillermo del Toro (Foto: Divulgação/Site de cinema OutNow!)
Contradição: Hellboy, um demônio servindo de anjo da guarda para a humanidade |

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Contradição: Hellboy, um demônio servindo de anjo da guarda para a humanidade

A fidelidade em relação ao protagonista e suas origens sempre foi o maior argumento dos fãs de quadrinhos para apontar Hellboy, de 2004, como uma das melhores adaptações da Nona Arte já feitas para o cinema. Por outro lado, desde que criou o super-herói, dez anos antes, o roteirista e desenhista Mike Mignola nunca se preocupou muito em bolar tramas complexas, bem como grandes dramas existenciais para seu personagem.

Seguindo esse raciocínio, não fica difícil entender Hellboy II – O Exército Dourado, segundo longa-metragem baseado nas aventuras do bizarro demônio avermelhado (interpretado na tela grande pelo veterano Ron Perlman). O filme entra em cartaz hoje nos cinemas brasileiros.

Coube novamente ao elogiado Guillermo del Toro (O Labirinto do Fauno) – fã confesso das HQs de Hellboy – dirigir o novo capítulo da franquia. Conhecido por seu apurado cuidado visual (luz, fotografia, maquiagem e efeitos), Del Toro não decepciona nesse aspecto.

Beirando o surreal, as imagens do longa impressionam. A profusão e a diversidade de criaturas fantásticas exibidas na tela são o ponto alto da produção, principalmente por causa da primorosa maquiagem e do trabalho de movimentação corporal dos mímicos Doug Jones (Abe Sapien), John Alexander e James Dodd (Johann Krauss). Ainda assim, a computação gráfica marca presença – bem mais do que no filme anterior.

Em O Exército Dourado, a equipe liderada por Hellboy luta para deter o príncipe elfo Nuada (Luke Goss), que pretende romper um antigo acordo entre a humanidade e os filhos da Terra, despertando um exército de máquinas assassinas – o tal exército dourado – e dominar o planeta. Paralelamente, Hellboy vive seus dramas pessoais, entre os quais as brigas com a namorada Liz Sherman (Selma Blair).

Se, visualmente, Hellboy II é um primor, o roteiro raso e a trama muito simples deixam o filme na rabeira das recentes adaptações de quadrinhos para o cinema. O texto é assinado pelo próprio Del Toro, baseado na história criada por ele em parceria com Mignola. Humor e romance dão o tom da fita, mas tudo com uma profundidade digna de filmes como A Múmia. Talvez seja esse mesmo o espírito: Hellboy II é simplesmente um filme de aventura e deve ser compreendido como tal.

Ainda assim, é uma pena que não se tenha explorado em O Exército Dourado certas contradições, como o fato de um demônio exercer o papel de anjo da guarda da humanidade ou a necessidade do personagem de obter o reconhecimento público, enquanto é tratado como monstro por aqueles que protege. Fica para o próximo.

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