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O destino do Cine Plaza está em aberto seis dias depois que o corte no fornecimento de luz interrompeu o funcionamento da sala. O imóvel passa por uma situação administrativa complexa envolvendo seus proprietários e gerentes. Não está excluída a possibilidade de que o lugar hoje existente seja sensivelmente transfigurado.

A Associação de Servidores Públicos do Paraná (ASPP), proprietária do local, afirma que estrutura do prédio permite a construção de pelo menos 16 andares. Ao menos uma parte tem de ter finalidade cultural, como um teatro ou um cinema, de acordo com presidente da ASPP, Brasil Paraná de Cristo.

O prédio é tombado pela Secretaria de Estado da Cultura, dentro do Conjunto da Rua XV, que abrange todas as edificações entre as praças Santos Andrade e Osório. O tombamento não impede, mas restringe o tipo de alterações que o prédio possa receber. Por outro lado, o espaço não recebe proteção especial de qualquer instância municipal.

A ASPP não decidiu o que pretende fazer com o ponto. O Conselho Deliberativo e Fiscal da entidade já liberou a venda do imóvel. Agora será instaurada uma comissão para decidir o destino do espaço, considerado pela própria entidade um dos "imóveis mais valorizados do estado. Antes, porém, a ASPP quer retomar a posse do local, que foi arrendando para a arrendado desde 1999 à Cinegeral Filmes e Produtos Cinematográficos Ltda.

Alfredo Prim, diretor da Cinegeral que trabalha no Plaza desde 1973, alega que não pôde manter o cinema competitivo face à crescente concorrência dos cinemas de centros comerciais. No começo da década, a empresa deixou de pagar o aluguel à ASPP e começou a contrair outras dívidas. Os tributos municipais também não foram pagos. Prim afirma que privilegiou o pagamento de encargos trabalhistas. "Eu tomei a responsabilidade, mas acabei me emaranhando em uma série de problemas. O que eu quero é resolver essa situação", disse, na esperança de criar uma acordo com a ASPP.

No ano passado, a Calvin Entretenimento e a Araucária Produções Artísticas alugaram o cinema e seus equipamentos para realizar o festival de Cinema, Vídeo, e DCine de Curitiba. Tanto Prim quanto Victor Aronis, diretor-geral da Calvin, confirmam que o acerto transcorreu sem dificuldades e que ambas as partes cumpriram o combinado.

Naquela oportunidade, Aronis também reuniu-se com representantes da ASPP propondo recorrer à iniciativa privada e às leis de incentivo para reformar o cinema e transformá-lo em uma grande atração cultural de Curitiba, a exemplo do Cine Odeon, no Rio de Janeiro. Não obteve a resposta até hoje. "A resposta é que a associação de servidores tem 55 mil sócios. Para concordar com essa proposta seria necessário fazer uma assembléia com 17 mil pessoas. É muito dificil", justifica o presidente da ASPP, Brasil Paraná de Cristo.

No final de 2005, Alfredo Prim também fechou um acordo com o produtor Nicholas Caim que passou a gerir o Plaza com objetivo de transformá-lo em um espaço cultural. A ASPP não reconhece esse acordo, questão que, junto com outros pontos, está sendo disputada na Justiça.

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