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Depois do fenômeno O Filho Eterno, o catarinense radicado em Curitiba sugere que O Professor é o seu melhor livro | Henry Milléo/Gazeta do Povo
Depois do fenômeno O Filho Eterno, o catarinense radicado em Curitiba sugere que O Professor é o seu melhor livro| Foto: Henry Milléo/Gazeta do Povo

Livro

O Professor

Cristovão Tezza. Record. 240 págs. R$35. Romance.

Lançamento hoje, das 19h30 às 21h30. Livraria da Vila do Shopping Pátio Batel (Av. do Batel 1.868, Batel), (41) 3020-3500. Entrada franca.

Um velho professor de letras chamado Heliseu, titular da pouco concorrida cadeira de Filologia Romana, está prestes a receber uma grande homenagem pela carreira de docente à qual dedicou toda sua vida.

Enquanto prepara seu discurso de agradecimento, ele olha sua existência em retrospectiva. Estas lembranças se misturam com fatos e mudanças ocorridas na história do Brasil, desde o regime militar até os governos mais recentes.

Este é o fio condutor do aguardado O Professor, novo romance do escritor Cristovão Tezza que será lançado hoje, às 19h30, na Livraria da Vila do Shopping Pátio Batel, em Curitiba.

Para o autor, há uma espécie de "acerto de contas" do personagem com seu passado, que se reflete num mesmo acerto do país com sua própria história.

"Minha literatura sempre tentou se encontrar nesta confluência: a vida íntima, pessoal, solitária, cruzando-se com a realidade histórica, social, familiar. De certa forma, foi a imagem da prosa literária que fez minha cabeça nos anos 60 e 70", explica.

Para ele, o texto tem uma estrutura "ampla e ambiciosa", cobrindo setenta anos da vida do personagem e meio século da vida do Brasil.

"Mas este é um retrospecto fragmentário, trabalhado pelas escolhas da memória. Era uma coisa que eu sempre quis fazer. Desta vez, achei um argumento narrativo que me pareceu bom para tentar dar conta do projeto", afirma.

A narrativa é escrita na forma de um fluxo de memória, deflagrado por lembranças mundanas de sua vida pessoal, profissional e de transformações sociais e políticas. A obra surgiu, conta Tezza, por pura "intuição de escritor".

"O livro nasceu na minha cabeça já com esta estrutura: alguém que vai receber uma homenagem aos 70 anos, e nas poucas horas em que se prepara para o evento relembra aos pedaços sua vida. O resto é uma intuição controlada", define.

O melhor

Para ele, o resultado alcançado é o melhor livro de sua carreira. "Um pouco por sabedoria e um pouco por otimismo, gosto de acreditar que minha literatura vem crescendo livro a livro", analisa.

Segundo Tezza, só a maturidade permite, em alguma medida, que o escritor possa avaliar sua obra e seus diferentes momentos. "Ele pode não confessar aos outros, mas ele tem uma boa intuição de seu trabalho", explica.

Tezza avalia o romance seguinte a Um Erro Emocional, de 2010, como um livro mais maduro em função da linguagem empregada.

"Sinto que ele realiza a técnica narrativa que vim desenvolvendo nos meus trabalhos anteriores", observa.

"É uma obra escrita com a perspectiva da idade, uma percepção que é absolutamente intransferível. Você só a conhece realmente depois que o tempo passou. Somando tudo, sem nenhuma dúvida é o meu melhor romance."

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