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Filme conta a história do cantor Rocco Granata | Divulgação
Filme conta a história do cantor Rocco Granata| Foto: Divulgação

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Marina

(Bélgica/Itália, 2013). Direção de Stijin Coninx. Com Matteo Simoni, Cristiaan Campagna e Luigi Lo Cascio. Drama, 118 min. Classificação indicativa: 14 anos.

Espaço Itaú, Sala 4 Vip, às 14 horas, 16h30, 19 horas e 21h40.

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Assim como milhares de italianos, Rocco Granata deixou sua Calábria natal, em 1948, para tentar uma nova vida em um país estrangeiro. Quando tinha 10 anos, seu pai, que já havia emigrado para a Bélgica há algum tempo, mandou buscar toda a família. "No início, achei ótimo, pois iria ver meu pai e havia a promessa de uma vida melhor. Mas conforme o trem se distanciava da estação, eu já sentia saudade. Não imaginava que seria tão difícil", conta Rocco, o personagem real que inspira o filme Marina, em cartaz desde a última quinta-feira, 17, na sala vip do Espaço Itaú de Cinema.

"E sabe o que era mais difícil? Além do preconceito, do fato de meu pai trabalhar em uma mina de carvão, difícil mesmo era sermos sempre chamados de ‘comedores de macarrão’. Foi dificílimo. Hoje, há tudo isso na Bélgica, e a vida dos que emigram é mais fácil", responde o cantor e ator, revelando seu espírito italiano. "Exato. Apesar de ter crescido na Bélgica, minha alma é italiana. E italianos são assim. Comer é sagrado. E está ligado à qualidade de vida. Sem contar os amigos, a família e a música. É o que faz de nós, italianos", declara ele.

Ainda que tenha sido obrigado a viver por um tempo sem a gastronomia calabresa, sem a música Rocco não ficou. Aos 13 anos, já estudava e tocava acordeão e compunha suas primeiras melodias. Uma delas, "Marina", que criou com apenas 17 anos, tornou-se um sucesso tamanho que o alçou ao estrelado, em 1959. "’Marina’ é um fenômeno que jamais pensei ser possível. Já foi gravada por mais de 100 artistas. E até hoje é tocada. Em todos os meus shows, tenho de cantá-la", conta ele. "Nunca pensei que minha vida viraria um filme. E olhe que tudo que está lá realmente aconteceu. Tirando uma ou outra passagem, é a minha vida", garante o cantor, que também atua no filme dirigido pelo belga Stijn Coninx (de Daens – Um Grito de Justiça), indicado para o Oscar de melhor filme estrangeiro.

Marina, a propósito, leva para as telas esta trajetória trágica, cômica e ao mesmo tempo aventurosa de Rocco que, como todos os jovens, quer ser reconhecido, pertencer a seu grupo e encontrar seu caminho, ainda que a contragosto de seus pais.

Coprodução entre as belgas Eyeworks e Le Les Films du Fleuve (dos irmãos Dardenne) e da italiana Orisa Produzioni (de Cristiano Bortoni, diretor de Vermelho como o Céu), Marina é inspirado em A Minha Vida, biografia de Rocco lançada em 2009.

Marina, o filme, traz a história de Rocco pelo olhar de quem entende as diferenças e semelhanças culturais. Não por acaso, o ator escalado para viver o cantor é belga filho de imigrantes calabreses. "Ele é a minha cara quando eu tinha sua idade. Estou feliz com a escolha", aprovou Rocco.

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