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As escolas de samba Imperatriz Leopoldinense e Unidos de Vila Isabel foram os grandes destaques do segundo - e último - dia de desfiles do Grupo Especial do carnaval do Rio. Por outro lado, a Estação Primeira de Mangueira, uma das agremiações mais tradicionais, deve perder alguns pontos após diversos problemas na evolução e em carros alegóricos.

A histórias das telenovelas não empolgou o sambódromo do Rio. Com um samba fraco, a São Clemente fez uma apresentação sem brilho na abertura do segundo dia de desfile do Grupo Especial no Rio. A escola de samba da zona sul desfilou para tentar se manter na elite do samba carioca.

No final, a agremiação de Botafogo teve que correr para não estourar o tempo e perder pontos. As escolas do Rio precisam desfilar em até 82 minutos. A São Clemente fez o percurso em 81 minutos.

Para agradar o público, a Mangueira inovou, mais uma vez, em sua parte musical e desfilou com duas baterias, que se revezavam durante o desfile. Na apresentação, a resposta do público foi positiva, que aplaudiu a agremiação desde o início do desfile.

Mas a ousadia teve um preço: atrapalhou a evolução do desfile e a agremiação estourou o tempo em seis minutos.

Além da bateria, o último carro enroscou na torre usada por fotógrafos e cinegrafistas para fazerem imagens do desfile. Foram gastos cerca de quatro minutos para conseguir tirar o carro da avenida. Pelo regulamento, cada um minuto de atraso corresponde a perda de um décimo de ponto. Ao fim do desfile, componentes choravam ao ver os problemas da escola.

A Beija-Flor deu o show de sempre e empolgou o sambódromo. A agremiação de Nilópolis mostrou fantasias luxuosas e os integrantes cantaram o samba durante todo o desfile. Entretanto, falhou na reta final.A escola teve problemas para colocar um de seus últimos carros na avenida e abriu um grande buraco na pista. A falha deve comprometer o desempenho na busca pelo título, já que a agremiação terá descontos na nota final.

Defendendo um enredo difícil, sobre a disputa política pelos royalties do petróleo, a Acadêmicos do Grande Rio fez um desfile correto, mas sem grandes emoções, já na madrugada.

A bateria Invocada, comandada pelo experiente mestre Ciça, foi o grande destaque do desfile, mostrando coesão, grande criatividade e muitas bossas.

Suas pausas para o coro do público, no entanto, tiveram bem menos resposta do que as da Mangueira. Além dos ritmistas, chamaram a atenção algumas das criações do carnavalesco Roberto Szaniecki, que voltava à escola e levou para avenidas alas e alegorias que mostravam a exploração do petróleo, os riscos da atividade e os investimentos feitos com o dinheiro dos royalties.

Penúltima escola a desfilar, a Imperatriz Leopoldinense retratou o Pará em todas as suas dimensões: dos ícones clássicos como o mercado Ver-o-Peso e o Theatro da Paz até a música hit do Estado, o tecnobrega. A agremiação apostou num enredo clássico e já visto na Sapucaí, mas abordou novos elementos. Gaby Amarantos, atualmente a cantora mais conhecida do Pará, desfilou no carro sobre o ritmo musical que ajudou a consagrar.

A escola trouxe alegorias e fantasias criativas e bem acabadas, mas deve ser penalizada no julgamento por um princípio de incêndio no carro do mercado e por pequenos buracos que se abriram à frente de dois carros.

Encerrando os desfiles do Rio justamente no dia do aniversário de 75 anos de seu maior símbolo, Martinho da Vila, a Unidos de Vila Isabel presenteou o sambista e a Sapucaí com um desfile impecável e despontou como favorita ao título deste ano.

Antes mesmo de entrar na avenida, a escola já demonstrava confiança. "Tá molinho", disse Martinho sobre a disputa deste ano, depois de assistir aos concorrentes, que alternaram enredos pouco inspirados e outros cheios de problemas. A certeza de que a escola estava pronta para a disputa contagiou os integrantes, que desfilaram cantando empolgadamente um dos melhores sambas-enredo do ano, que tem Martinho e Arlindo Cruz entre seus compositores.

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