A atriz Anne Hathaway e o seu ex-namorado Raffaello Follieri| Foto: Reuters/Carlos Barria

Raffaello Follieri teve coisas com as quais muitos homens apenas sonham: um estilo de vida milionário, repleto de férias em lugares exóticos, um apartamento luxuoso e uma namorada que era uma atriz famosa - tudo acompanhado por uma suposta fé católica profunda.

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Mas na quinta-feira o italiano deve comparecer a uma corte federal norte-americana e pode ser sentenciado à prisão, menos de quatro meses depois de ser deixado pela atriz Anne Hathaway, com quem namorou por quatro anos, e ser preso por fraude.

O caso parece um filme de Hollywood. Follieri, de 30 anos, natural de Foggia, na Itália, saiu à caça de dinheiro e celebridade e ostentava supostos vínculos com a Igreja Católica para promover seu estilo de vida luxuoso.

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Hathaway, que ganhou destaque em "O Diabo Veste Prada", rompeu seu silêncio no mês passado, dizendo à revista W que se sentiu "como se o tapete tivesse sido puxado debaixo de meus pés" quando Follieri foi preso, em junho.

No mês passado, Follieri se confessou culpado de ganhar 2,4 milhões de dólares com um esquema em que exagerou seus laços com o Vaticano para enganar investidores -- incluindo o bilionário californiano Ron Burkle, proprietário de supermercados --, dizendo que poderia comprar imóveis da Igreja Católica a preços mais baixos.

Os promotores querem que Follieri cumpra mais de cinco anos de prisão.

Segundo eles, Follieri gastou o dinheiro que ganhou em roupas e restaurantes caros, um apartamento em Nova York que lhe custava 37 mil dólares por mês, férias exóticas e vôos fretados particulares para seus pais e sua namorada.

De acordo com a advogada de defesa Flora Edwards, Follieri se deixou seduzir pela tentação da riqueza e do luxo.

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Mas seus valores e sua "profunda fé religiosa" foram citados por razões pelas quais deveria receber uma pena menor, além de ser acelerada sua deportação para a Itália, para que possa cuidar de sua mãe doente. Mais de cem cartas foram apresentadas em sua defesa, incluindo algumas de padres de Foggia.

Mas a promotoria disse que a teia de mentiras de Follieri começou em 2004 com a formação de uma empresa com seu pai, que em 2005 foi condenado por estelionato na Itália.

Os falsos laços que Follieri dizia ter com o Vaticano incluíam uma carta falsificada do papa João Paulo 2, e ele dizia a investidores que se encontrava regularmente com o papa quando ia a Roma.

Quando foi preso, disseram os promotores, depois de formar empresas de fachada com contas bancárias no exterior, seu esquema fraudulento já chegara ao Brasil, e ele tinha iniciado um esquema semelhante na Europa.