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Zakhar Prilepin causou polêmica na cena literária russa | Wikimedia Commons/
Zakhar Prilepin causou polêmica na cena literária russa| Foto: Wikimedia Commons/

Um dos escritores russos mais famosos da atualidade, Zakhar Prilepin, provocou grande polêmica ao anunciar ter se juntado aos combatentes separatistas no leste da Ucrânia.

Os livros do escritor de 41 anos, especialista em retratar a vida dos jovens nas províncias, estão entre os mais vendidos na Rússia e ganharam vários prêmios de literatura.

A proximidade de Zakhar Prilepin com os rebeldes pró-russos já era conhecida. Desde o início do conflito na Ucrânia, em 2014, este antigo membro das forças especiais que participou na guerra na Chechênia, viajou diversas vezes ao leste ucraniano, onde trabalhou como “consultor” de Alexander Zajarachenko, líder de uma das duas autoproclamadas repúblicas separatistas.

Ao revelar na semana passada ao tabloide Komsomolskaya Pravada que havia formado seu próprio batalhão no leste da Ucrânia, Zakhar Prilepin causou polêmica na cena literária.

“Acredito que um escritor tem o direito de tomar qualquer posição”, justificou-se na terça-feira (21) durante uma coletiva de imprensa em Moscou. “Você pode se enrolar em uma bandeira pedindo paz ou pegar em armas”.

Em março de 2014, ele apoiou a anexação da península ucraniana da Crimeia pela Rússia, passando de feroz opositor ao presidente Vladimir Putin a um defensor da política preconizada pelo Kremlin.

“Quando seus livros são uma merda, precisa-se ganhar dinheiro com terrorismo”, reagiu, em um comentário indignado no Facebook, Viktor Pelevin, um dos escritores russos mais populares do mundo.

Já a jovem poetisa Vera Polozkova foi ainda mais dura, afirmando, também no Facebook, que “abrirá uma garrafa de champanhe quando finalmente lhe trouxerem sua cabeça”.

Outros o acusaram de querer se autopromover, uma vez que está prestes a lançar um novo livro, intitulado “Pelotão: oficiais e rebeldes da literatura russa” (tradução literal), que conta a história de escritores que pegaram em armas.

O escritor compara a si mesmo com Leon Tolstoi ou Mikhail Lermontov. Segundo ele, os dois gigantes da literatura teriam se unido às fileiras dos separatistas da Ucrânia.

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