
A imagem já é um clichê na paisagem de Amsterdã, na Holanda: todos os dias, na porta da casa onde a família de Anne Frank se escondeu dos nazistas, hoje transformada em museu, uma fila começa a se formar às 8h (o local abre para visitação às 9h) e se estende até o fim do quarteirão, sem cessar, até as 21h, quando o museu fecha. É, sem dúvida, o ponto turístico mais visitado da cidade, batendo Van Goghs e Rembrandts.
A fila serpenteia casa adentro, onde é possível ver o mobiliário original da fábrica de geleia onde trabalhava o pai de Anne Frank, Otto, na parte de baixo do imóvel, e o famoso “anexo secreto”, onde a família ficou escondida por dois anos no andar de cima. Tudo remonta à menina judia: a decoração que ela fez em uma das paredes com fotos de artistas de cinema permanece lá, intacta, bem como as cortinas que ajudou a costurar para tapar as janelas do esconderijo.
Acredito que Anne é este fenômeno porque os jovens até hoje conseguem reconhecer a si mesmos em todos os aspectos da história.
No final do percurso, o visitante alcança o objeto mais importante da casa: o diário original de Anne Frank, onde a menina descrevia os detalhes do seu cotidiano de horror, através do qual o mundo inteiro pode conhecer sua história.
Publicado como livro em 1947 por seu pai, o único familiar sobrevivente do Holocausto, “O Diário de Anne Frank” é um dos maiores fenômenos editoriais mundiais até hoje, 70 anos depois de ter sido encontrado no esconderijo da família, tão logo a morte de Anne Frank num campo de concentração foi confirmada, em 1945. Já foi traduzido para 67 línguas e vendeu mais de 35 milhões de cópias em todo planeta.
Depois de ser citado como referência no filme “A Culpa É das Estrelas”, baseado no best-seller homônimo de John Green, no ano passado, o que levou milhões de jovens a redescobrirem a história, e às vésperas de entrar em domínio público, no fim deste ano, quando se completam sete décadas desde que foi encontrado no esconderijo, o “Diário de Anne Frank” segue vivo como nunca, inspirando títulos e títulos relacionados à personagem.
No Brasil não é diferente. Acabam de chegar às livrarias os títulos “Os Sete Últimos Meses de Anne Frank”, do cineasta holandês Willy Lindwer, pela editora Universo dos Livros; e “O Mundo de Anne Frank”, da escritora holandesa Janny van der Molen, da Rocco.
No dia 31 de julho, será lançado “Eu Sobrevivi ao Holocausto: o Comovente Relato de uma das Últimas Amigas Vivas de Anne Frank”, biografia que Nanette Blitz Konig fez com a jovem que conheceu Anne no campo de concentração (também da Universo dos Livros).
E, com previsão de lançamento para o ano que vem, está no prelo uma graphic novel sobre Anne Frank, pela Companhia das Letras.



