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Casa de Anne Frank é hoje o museu mais visitado da Holanda. | Wikimedia Commons
Casa de Anne Frank é hoje o museu mais visitado da Holanda.| Foto: Wikimedia Commons

A imagem já é um clichê na paisagem de Amsterdã, na Holanda: todos os dias, na porta da casa onde a família de Anne Frank se escondeu dos nazistas, hoje transformada em museu, uma fila começa a se formar às 8h (o local abre para visitação às 9h) e se estende até o fim do quarteirão, sem cessar, até as 21h, quando o museu fecha. É, sem dúvida, o ponto turístico mais visitado da cidade, batendo Van Goghs e Rembrandts.

A fila serpenteia casa adentro, onde é possível ver o mobiliário original da fábrica de geleia onde trabalhava o pai de Anne Frank, Otto, na parte de baixo do imóvel, e o famoso “anexo secreto”, onde a família ficou escondida por dois anos no andar de cima. Tudo remonta à menina judia: a decoração que ela fez em uma das paredes com fotos de artistas de cinema permanece lá, intacta, bem como as cortinas que ajudou a costurar para tapar as janelas do esconderijo.

Acredito que Anne é este fenômeno porque os jovens até hoje conseguem reconhecer a si mesmos em todos os aspectos da história.

Eugenie Martens, pesquisadora da Casa de Anne Frank.

No final do percurso, o visitante alcança o objeto mais importante da casa: o diário original de Anne Frank, onde a menina descrevia os detalhes do seu cotidiano de horror, através do qual o mundo inteiro pode conhecer sua história.

Publicado como livro em 1947 por seu pai, o único familiar sobrevivente do Holocausto, “O Diário de Anne Frank” é um dos maiores fenômenos editoriais mundiais até hoje, 70 anos depois de ter sido encontrado no esconderijo da família, tão logo a morte de Anne Frank num campo de concentração foi confirmada, em 1945. Já foi traduzido para 67 línguas e vendeu mais de 35 milhões de cópias em todo planeta.

558 mil

No Brasil, o “Diário de Anne Frank” é editado desde 1978 pela Record, a partir de uma versão em inglês, que ainda guarda o contrato assinado com o próprio Otto Frank, pai de Anne, em 1976. Desde então, já foram mais de 50 edições, num total de 558 mil exemplares vendidos.

Depois de ser citado como referência no filme “A Culpa É das Estrelas”, baseado no best-seller homônimo de John Green, no ano passado, o que levou milhões de jovens a redescobrirem a história, e às vésperas de entrar em domínio público, no fim deste ano, quando se completam sete décadas desde que foi encontrado no esconderijo, o “Diário de Anne Frank” segue vivo como nunca, inspirando títulos e títulos relacionados à personagem.

No Brasil não é diferente. Acabam de chegar às livrarias os títulos “Os Sete Últimos Meses de Anne Frank”, do cineasta holandês Willy Lindwer, pela editora Universo dos Livros; e “O Mundo de Anne Frank”, da escritora holandesa Janny van der Molen, da Rocco.

No dia 31 de julho, será lançado “Eu Sobrevivi ao Holocausto: o Comovente Relato de uma das Últimas Amigas Vivas de Anne Frank”, biografia que Nanette Blitz Konig fez com a jovem que conheceu Anne no campo de concentração (também da Universo dos Livros).

E, com previsão de lançamento para o ano que vem, está no prelo uma graphic novel sobre Anne Frank, pela Companhia das Letras.

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