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Grupo Livrarias Curitiba chegou a vender 2.300 exemplares  de um único título  em apenas uma semana em maio de 2015, hoje, esse número é de 90. | Hugo Harada/Gazeta do Povo
Grupo Livrarias Curitiba chegou a vender 2.300 exemplares de um único título em apenas uma semana em maio de 2015, hoje, esse número é de 90.| Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo

Há um ano, a “salvação” do varejo de livros foi em formato de uma sequência de páginas de ilustração, com poucas letras além das impressas na capa e que prometiam diminuir o estresse de seus “leitores”. A cada 100 exemplares vendidos em maio de 2015, 17 eram de colorir.

Naquele mês, o grupo Livrarias Curitiba chegou a vender 2.300 exemplares apenas de “Jardim Secreto”, no período de apenas uma semana. Hoje, esse número caiu para 90. O livro da ilustradora escocesa Johanna Basford foi um dos primeiros títulos a serem lançados no Brasil e deu início à febre, que foi caindo gradativamente até outubro de 2015. Sem um fenômeno parecido que atraia a atenção de todas as faixas etárias, o mercado livreiro tem penado.

De acordo com o Painel das Vendas de Livros no Brasil, feito pela Nielsen para SNEL (Sindicato Nacional dos Editores de Livros), em 2016, o setor diminuiu 23,03% em faturamento no chamado quinto período de análise do ano, que compara apenas as vendas entre abril e maio. Em volume, a queda na mesma época foi de 31,56%.

A pesquisa observou as vendas de 176 livros de colorir mais importantes em 2015 e analisou a sua importância para o mercado. Se em maio 17% dos livros vendidos no Brasil eram de colorir, em junho esse percentual caiu para 11%. Em outubro, havia caído ainda mais, para 2%.

A soma da crise econômica e a ausência de um fenômeno parecido fez com que o panorama anual também seja negativo. Até agora, foram arrecadados R$ 631 milhões, uma queda de 6,45% em relação ao ano passado. O volume também diminuiu quase 16%.

Onde estão os livros?

Os títulos antiestresse continuam sendo distribuídos pelas editoras, e, em lugares de menos destaque do que antes, seguem nas prateleiras das livrarias. A Sextante, editora de Johanna Basford, já lançou 20 livros de colorir. Até junho de 2015, havia vendido 880 mil de exemplares no Brasil apenas de “Jardim Secreto”. Neste primeiro semestre, a editora vendeu 170 mil de todos os livros de colorir.

‘Clube da Luta’ de colorir?

Apesar do enfraquecimento dos livros de colorir, o segmento vai ganhou uma obra de peso. Chuck Palahniuk – autor do cultuado “Clube da Luta” – lançou um livro com oito contos inéditos em preto e branco destinados ao publico adulto.

“Bait: Off-Color Stories for you to Color”, lançado pela editora Dark Horse, vai contar com 50 ilustrações assinadas por nomes como Joëlle Jones (Lady Killer’s), Duncan Fegredo (Hellboy) e Lee Bermejo (The Suiciders). A publicação ainda não tem data de lançamento no Brasil.

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