Um show que poderia ser confundido com uma missa para 50 mil pessoas - tanto para os fãs fervorosos, quanto para os céticos. Essa foi a primeira impressão que ficou quando Madonna subiu ao palco, às 22h59, de quarta-feira (5), no Estádio do Morumbi, em São Paulo, com a pirotecnia, luzes, telões, bailarinos e até banda (mesmo que esta ficasse em segundo plano).
Com atraso de 3 horas, a cantora culpou a chuva e, em suas primeiras declarações à plateia, mostrou amor e ódio. "Eu amo vocês. Obrigada por esperarem", disse. "Foda-se a chuva", frase que repetiu durante o espetáculo - e o público concordou com as reclamações em coro.
"Girl Gone Wild" foi a primeira canção e os telões de led levaram os presentes a uma atmosfera religiosa, do inferno ao paraíso. A partir daquele momento era esperado ver os motivos pelos quais fazem Madonna ser a rainha do pop, mas o veredicto não foi unanimidade. Dos súditos muitos dançaram, mas também foi perceptível o bocejo de vários. Houve canções ao vivo, mas também playback. Figurinos ousados e alguns com gosto duvidoso. Madonna ainda dança como se tivesse 18 anos aos 54, mas muitos queriam mais - como se a artista fosse obrigada a superar a gravidade... Enfim, a música é que poderia ainda manter a coroa.
No repertório eclético estavam sucessos antigos da cantora e as novas canções. Destaque para as performances de "Vogue", mesmo que em um claro playback, porém com um visual impecável, e "Like a Prayer", canção que realmente empolgou todos do local e foi a penúltima da noite (esta poderia ter fechado o concerto e ter sido bis). Ficou claro que ali os fãs preferem as composições antigas da artista, fato que era perceptível até na idade dos presentes. A plateia era formada de jovens adultos a idosos.
Altamente coreografado e com marcações definidas, não houve espaço para improviso e o atraso ajudou a eliminar a já conhecida "pregação" de Madonna, seja pela paz, direitos gays ou qualquer outro ponto político. O decoro foi quebrado quando a artista perguntou o nome de duas fãs e disse que queria casar com elas. "Gabi, Fernanda, vamos nos casar? Nós três juntas!". Logo, emendou um presente aos fãs e cantou "Holiday". "Acho que vocês merecem este presente!"
Outros dois momentos que valem ser lembrados: o primeiro foi a participação de Rocco, filho da cantora com o diretor Guy Ritchie, na música "Open Your Heart" em que faz passos de hip hop. O segundo foi a palavra tatuada nas costas da diva pop, que ao tirar a roupa e ficar de lingerie pode-se ler "safadinha". E ela é.
Após uma hora e quarenta minutos do show da turnê MDNA, opiniões diversas na plateia. Houve quem amou e afirmou que "agora até já poderia morrer feliz", outros saíram antes da música final, "Celebration/Give It To Me", dizendo que a cantora estaria velha e não teria o mesmo fôlego de antes.
Porém não há dúvida: Madonna ainda é a rainha e tem a coroa, a chuva pode ser a água benta e as músicas os hinos. Agora, fica aos fãs seguir ou trocar de religião.
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