Festival de literatura chacoalha a pequena Paraty, no litoral do Rio de Janeiro, entre os dias 1 e 5 de julho. Gazeta do Povo irá acompanhar o evento in loco.| Foto: Divulgação

Um escritor jurado de morte pela máfia italiana, Roberto Saviano, romancistas internacionais de peso como o queniano NgÅ©gÄ© wa Thiong’o, e uma homenagem ao principal agitador da literatura nacional, Mário de Andrade, são algumas das atrações da 13.ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), que começa na próxima quinta-feira (1.º) e vai até o próximo domingo (5). A Gazeta do Povo irá acompanhar o evento.

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Acompanhe

Flip 2015

De 1 a 5 de julho, em Paraty (RJ).

A Gazeta do Povo fará uma cobertura especial do evento. A programação completa da Flip pode ser acessada no site http://www.flip.org.br/

Paralelas

Além da programação oficial, eventos paralelos ligados ou não ao festival promovem pré-estreias e exibições de filmes, leituras de peças teatrais, exposições e debates. O jornal “Folha de S. Paulo” vai ocupar uma casa no centro histórico em que colunistas do periódico vão conversar com escritores.

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A programação principal da Flip 2015 conta com 39 autores, 16 deles internacionais (veja destaques ao lado). A presença de nomes importantes, mas não tão badalados da literatura, como o cubano Leonardo Padura, o irlandês Colm Tóibín e o brasileiro Reinaldo Moraes, além de programação temática ampla que inclui arquitetura, erotismo, política cultural, música e poesia, confirmam a tendência iniciada no ano passado, quando o editor Paulo Werneck assumiu a curadoria do evento.

Como em 2014, esta edição da Flip está mais modesta, tanto na estrutura e nos custos, quanto no número de atrações “de peso” em relação à algumas edições da primeira década do evento iniciado em 2003.

Na apresentação oficial, mês passado, o diretor-presidente da Associação Casa Azul, que organiza a Flip, afirmou que o orçamento total previsto desta vez era de R$ 7,4 milhões – cerca de R$ 600 mil a menos do que o ano anterior.

Reinaldo Moraes, autor de “Pornopopeia”, estará presente. 

Um indicativo claro do comedimento na festa literária é que o espetáculo de abertura ficará a cargo dos artistas paratienses Luís Perequê, Dani Lasalvia e o grupo Os Caiçaras.

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Mais do que a ideia de “celebrar a arte popular local”, como justificou a organização, representa uma economia significativa para o evento que se acostumou a promover shows gratuitos de abertura com medalhões da MPB, como Paulinho da Viola, Maria Bethânia, Gal Costa, Edu Lobo e Elza Soares.

Queniano Ngugi wa Thiong’o, de 77 anos, escreveu no cárcere. 

Nada, porém, que interfira significativamente na finalidade principal da Flip, em um momento em que outros eventos da área minguam ou correm riscos de extinção, como aconteceu com a Jornada Literária de Passo Fundo (RS), cancelada neste ano.

Se por um lado há contenção de gastos, por outro a Flip 2015 fortalece a abordagem de temas ecléticos que caminham em paralelo à literatura e programa mesas que discutem ciência, matemática e psicologia. O teatro está representado pela figura controversa do dramaturgo inglês David Hare. Os quadrinhos pelo cartunista Riad Sattouf, que colaborou durante oito anos com o semanário francês “Charlie Hebdo”.

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Homenagem

O homenageado desta edição é o escritor Mário de Andrade, ponta de lança do modernismo brasileiro, autor que afirmou a importância do diálogo dela com o mundo, de acordo com o curador Paulo Werneck. “Somos todos filhos de Mário”, disse, destacando a programação “dedicada, variada e seletiva” que se dará na orbita da obra e figura de Andrade. Algo que deve ficar claro já na mesa de abertura composta pela ensaísta argentina Beatriz Sarlo, a escritora Eliane Robert Moraes e o primeiro biógrafo oficial de Mário, o carioca Eduardo Jardim. Ou ainda na presença de fortes nomes na área de música e crítica musical – tema de estudo do homenageado como o crítico José Ramos Tinhorão, o compositor Hermínio Bello de Carvalho e o pesquisador José Miguel Wisnik.