Veja a temperatura em sua região| Foto:

Musicais

• A Ópera do Malandro em Concerto é a 19.ª produção da dupla Charles Möeller e Cláudio Botelho, que iniciou a parceria em 1998, com o musical As Malvadas.

• Botelho verteu para o português os musicais My Fair Lady e O Fantasma da Ópera, e assina com Möeller Sweet Charity, estrelado por Cláudia Raia, atualmente em cartaz no Rio de Janeiro.

• Os dois já preparam novos musicais: Miss Saigon e A Noviça Rebelde estão previstos para estrear até o final do ano. Ainda entre seus projetos está o musical 7, uma versão mais violenta de Branca de Neve, com músicas de Ed Motta.

CARREGANDO :)

O malandragem carioca volta à praça curitibana em roupagem inédita para os fãs da Ópera do Malandro, espetáculo teatral criado por Chico Buarque, em 1978. É a versão "em concerto" da segunda montagem da obra, feita em 2003 pela grande "dupla dos musicais" cariocas, Charles Möeller e Cláudio Botelho. A novidade chega à capital paranaense para três apresentações no Guairão, nos dias 31 de maio, 1.º e 2 de junho.

A primeira adaptação da obra de Chico feita pelo duo causou um rebuliço por onde passou. A superprodução encenada por 30 atores foi vista, em três anos, por mais de 200 mil pessoas no Rio de Janeiro, São Paulo e Lisboa.

Publicidade

Sem condições de exibir um espetáculo tão grandioso nas pequenas cidades de Portugal, país em que o público manifesta "um interesse enorme pela obra", como afirma Botelho, a dupla criou uma espécie de versão acessível. Se por um lado, a opção elimina cenários, figurinos e dramaturgia, por outro, reúne pela primeira vez o repertório completo composto por Chico Buarque para o espetáculo.

O repertório de 25 canções inclui aquelas que foram cortadas da versão original da década de 70 e seis composições criadas por Chico para o filme homônimo, dirigido por Ruy Guerra, em 1985. "Seria uma pena se não pudéssemos levar o musical para outros lugares, fora do Rio e de São Paulo", diz Botelho. Curitiba é a primeira cidade fora do eixo onde a ópera será apresentada.

Como diretor musical, Botelho foi responsável por criar novos arranjos para as músicas de um dos discos mais vendidos da trajetória de Chico. Exemplos são "Geni e o Zeppelin", "Teresinha", "Homenagem ao Malandro", "Palavra de Mulher", "O Meu Amor", "Curuminha", "Viver do Amor", "As Muchachas de Copacabana" e "Pedaço de Mim", só para citar algumas que o público do Guairão vai saber cantar de cor.

A montagem compacta estreou no ano passado, no arquipélago português dos Açores. A visita a Curitiba pega carona no estrondoso sucesso que outra peça dirigida por Botelho fez por aqui recentemente, como parte da Mostra Oficial do Festival de Teatro de Curitiba, em março: o musical Sassaricando, escrito por Sérgio Cabral e Rosa Araújo, em que foram encenadas 87 marchinhas do Carnaval cariocas.

Desta vez, o elenco de oito atores formado por Cláudio Lins, Ronnie Marruda, Kacau Gomes, Lílian Valeska, Sandro Christopher, Renata Celidônio, Alessandra Verney e Cristiano Gualda apresenta-se com os músicos João Bittencourt (piano), Felipe Portinho (baixo), Affonso Netto (bateria) e Thiago Trajano (violão).

Publicidade

Em essência, eles interpretam as canções, mas não deixam de encená-las como se fossem uma pequena história. "O espetáculo faz parte de um gênero de concerto teatralizado", conta Botelho. Assim, a história do malandro Max Overseas, que se casa com Teresinha, sob as bênçãos do delegado Chaves, e para o desespero dos pais da noiva, permanece. Mas, somente cantado, sem figurinos ou cenários. "No palco, haverá apenas cadeiras e os atores estarão vestidos em trajes elegantes de concerto", diz o diretor.

O dono da ópera aprovou o resultado. Botelho conta que Chico assistiu as duas versões criadas pela dupla e, inclusive, produziu o CD com as músicas apresentadas no espetáculo de 2003.

Para criar o espetáculo, o compositor inspirou-se em A Ópera dos Mendigos, de John Gay (1728), e na Ópera dos Três Vinténs, de Bertolt Brecht e Kurt Weill (1928). Com a clara intenção de retratar as falcatruas e a corrupção nacional no fim da década de 70, trocou mendigos por malandros e prostitutas. Disfarçou as indiretas ambientando sua história no bairro carioca da Lapa da década de 40.

Serviço: Ópera do Malandro em Concerto. Guairão (Pça. Santos Andrade, s/n.º), (41) 3304-7982. Dia 31 de maio, 1.º e 2 de junho às 21h. R$ 150 (platéia); R$ 110 (1.º balcão) e R$70 (2.º balcão). Desconto de 20% para portadores do cartão Teatro Guaíra. Meia entrada para estudantes, idosos e assinantes da Gazeta do Povo.