• Carregando...
No estúdio, nos palcos, no carro ouvindo um K7 do Nirvana: Rodrigo Lemos é um dos músicos mais prolíficos de sua geração | Rosano Mauro Jr./ Divulgação
No estúdio, nos palcos, no carro ouvindo um K7 do Nirvana: Rodrigo Lemos é um dos músicos mais prolíficos de sua geração| Foto: Rosano Mauro Jr./ Divulgação

"Marcar foto? Está mais para ‘sem chance’ mesmo. O tempo que eu tiver livre vou precisar estar livre", escreveu Rodrigo Lemos durante a conversa para este capítulo da série Acervo Pessoal. É assim. A música é seu mundo. A música é seu tempo.

Ontem, Lemos estava em Maringá para participar da Virada Cultural com sua banda, a Lemoskine – que, aliás, prepara novo disco para 2015: "Agora acho que quero ser mais pretensioso em termos de sonoridade, ainda que possa falhar...", avisa. É este o projeto da vez. Mas é bom lembrar, sempre, de seu trajeto de altos e altos.

Lemos foi a cabeça e o coração da Poléxia (2002-2009), uma das bandas mais interessantes que essa terrinha já ouviu. Em tempos mais recentes, foi guitarrista d’A Banda Mais Bonita da Cidade. Em paralelo, toca o projeto Naked Girls and Aeroplanes, com os caras da Esperanza (ex-Sabonetes). E produz, produz, produz. Em Curitiba, agradece a preferência – talhou álbuns de Michelle Pucci, Colorphonic, Samira Winter e o recém-lançado Crucificados pelo Sistema Bruto, novo disco do Charme Chulo, além de trilhas sonoras para curtas-metragens e vídeos publicitários.

Os discos eleitos como preferidos revelam, em parte, sua trajetória musical até aqui. A doce brasilidade de Milton Nascimento, a quebradeira (com sentido) do Nirvana e a experimentação classuda do Radiohead.

Preferidos

Clássicos da MPB, doses cavalares de distorção e a soma perfeita entre som e imagem:

Foto: Reprodução

Clube da Esquina 2 – Milton Nascimento (EMI, 1978)

"Eis um disco que escutei passivamente durante boa parte da infância por um detalhe curioso: era a zona de interseção entre as discotecas de meus pais. Quando casaram, juntaram as coleções e ficaram com uma cópia repetida — que acabei herdando ao sair de casa. Então, para mim, esse álbum é mais uma lembrança, um símbolo de união. Minha caminhada musical se deu mais afastada da MPB, mas não há como ignorar o poder de canções como "Maria Maria" (que cito em minha "Maria Lúcia Estava em Chamas")."

Foto: Reprodução

Nevermind – Nirvana (Geffen, 1991)

"Tive contato com o Nirvana em 1992, ainda aos dez anos, e isso deve ter refletido na minha formação. Atraído pela arte da capa, lembro de comprar o Nevermind em K7 numa dessas paradas de beira de estrada entre o Rio de Janeiro e Curitiba, para onde eu e meus pais estávamos mudando. Nós três ouvíamos a fitinha no rádio do Fusca, enquanto os quilômetros e as horas passavam… Nem preciso dizer que a fúria do Kurt Cobain em meio às doses cavalares de distorção só satisfaziam a mim, no banco de trás. Eu estava extasiado, mesmo sem entender o que as letras diziam."

Foto: Reprodução

In Rainbows – Radiohead (XL, 2007)

"O Radiohead virou uma espécie de paradigma para toda uma geração. Estive no show da turnê de In Rainbows, aqui no Brasil, e saí com a certeza de que nunca havia presenciado algo tão poderoso e coeso nos planos visual e sonoro; e que provavelmente jamais voltaria a acontecer. Talvez eu esteja superestimando a banda (que é até motivo de piada para alguns), mas o fato é que, ao lembrar dessa experiência marcante, esse disco me transporta para muitos lugares. Já acompanhava a banda desde o final dos 1990, mas foi com In Rainbows que me rendi completamente."

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]