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Os portugueses da Cia. Chapitô encenam os ardis de A Tempestade, de William Shakespeare, em tom clownesco | Luana Navarro/Divulgação
Os portugueses da Cia. Chapitô encenam os ardis de A Tempestade, de William Shakespeare, em tom clownesco| Foto: Luana Navarro/Divulgação

Atrações

O Filo acontece entre os dias 10 e 27 de junho, em Londrina.

Principais atrações

Lançamento

Dia 29 de maio, no anfiteatro do Zerão, com show de Ana Carolina.

Internacionais

A Tempestade, da Cia. do Chapitô (Portugal); Braquage, da Cia. Bakélite (França); Dervish, da Ziya Azazi (Turquia); Diciembre, do Teatro En El Blanco (Chile); Dies Irae – En El Réquiem De Mozart, da Cia. Marta Carrasco (Espanha); Don Juan – Memória Amarga de Mi, da Companyia Pelmànec (Espanha); El Último Herdero, da Cia. Teatro Viaje Inmovil (Chile); Gatomaquia, do La Cuarta Colectivo Artístico (Uruguai); Guerra, da Cia. Pippo Delbono (Itália); Intérieur Nuit, de Jean-Baptiste André (França); La Gigantea, da Cie. Les Trois Clés (França/Brasil/Chile/Romênia); La Noche Antes de Los Bosques, de Mike Amigorena (Argentina); Life.Stories, de Marc Schnittger (Alemanha); Modules, de Jean-Baptiste André (França); Neva, do Teatro En El Blanco (Chile); e The Cabinet, do Redmoon Theater Company (Eua).

Nacionais

Aqueles Dois, da Cia. Luna Lunera; Cabul e O Dragão, da Cia. Amok; Determinadas Pessoas – Weigel, de Esther Góes; Doido, de Elias Andreato; Memória da Cana, do Os Fofos Encenam; O Cano, da Cia. de Teatro Circo Udi Grudi; O Pato Selvagem, da Cia. Les Commediens Tropicales; O Sobrado, do Grupo Cerco; O Trenzinho do Caipira, da Cia. do Abração; e Vida, da Cia. Brasileira de Teatro (Curitiba), entre outros.

Mais informações, no site ou pelos telefones (43) 3322-1787 e 3324-9202.

  • Memória da Cana, do grupo Os Fofos Encenam: um dos destaques da produção brasileira
  • Marta Carrasco dirige Dies Irae
  • Atores, cantores e bailarinos de Madrid e Barcelona encenam a missa grotesca

A atriz e coreógrafa espanhola Marta Carrasco deslumbrou a plateia que acompanhava os movimentos desesperados de uma mulher solitária se esforçando para resistir ao consolo alcoólico no solo Aiguardent, em 2002. Aquela sua passagem pelo Festival Internacional de Londrina é lembrada com um dos grandes momentos na história do evento, que este ano chega à sua 42.ª edição, entre os dias 10 e 27 de junho, trazendo ao país outro trabalho impactante criado pela premiada artista.

Em Dies Irae – En El Réquiem de Mozart, contudo, em vez de surgir sozinha em cena, Marta dirige 13 atores, bailarinos e cantores, em uma missa grotesca sobre a impotência e a ira, que foi comparada à distorção de uma obra do cineasta italiano Federico Fellini. Faz do espetáculo uma crítica à Igreja: "Com Deus não me meto, tampouco com a fé. Agora, com o instrumento, encontro motivos suficientes para rir e zombar", justificou a um jornal espanhol a artista, que atuou em Iberia, sob a direção de Carlos Saura.

Além de Marta Carrasco, o Filo 2010 terá a presença de outra companhia renomada, a italiana Pippo Delbono, com o espetáculo Guerra (que originou um filme de mesmo nome em 2003). O grupo, em atividade desde 1986, também já esteve no Brasil antes –participou do festival Porto Alegre em Cena há dez anos – e retorna com uma montagem que focaliza as guerras internas e as paixões mais baixas.

"Guerra provoca a reflexão, porque trata não só dos conflitos que a guerra traz, mas dos conflitos humanos. E Pippo Delbono é uma das companhias mais importantes da Europa, viaja para os principais festivais do mundo", comenta o diretor do Filo, Luiz Bertipaglia.

E este ano têm presença confirmada de um total de 14 grupos internacionais. Entre eles, está também a companhia portuguesa Chapitô, que recria em linguagem clownesca os ardis de A Tempestade, de Shakespeare. E mais um apanhado de quatro grupos latino-americanos, permitindo o que só festivais como o de Londrina e o de Porto Alegre são capazes: o intercâmbio cultural com países vizinhos que têm uma cena teatral bastante rica, mas não costumam circular por aqui. São um uruguaio, um argentino e dois chilenos – como o Viaje Inmóvel, que apresenta El Último Heredero, dirigido por Jaime Lorca, fundador de um das mais importantes companhias chilenas. A La Troppa, já desfeita. Na peça, em que contracenam atores e bonecos, o mote é a colonização espanhola em seu país.

A pluralidade de linguagens continua dando as regras na composição da programação do Filo, num esforço de mostrar ao público "tudo o que é possível fazer no teatro" – como diz Bertipaglia –ou o mais perto que possa chegar disso. Curitiba se faz representar nesse mosaico por um espetáculo adulto e outro infantil. O primeiro é Vida, da Companhia Brasileira de Teatro, que estreou em março e este mês fará temporada no Rio de Janeiro, antes de seguir para Londrina iniciando o que pode ser uma merecida longa carreira por festivais. O outro, O Trenzinho do Caipira, é sucesso no repertório do grupo Abração.

Não há muitas novidades entre as montagens nacionais. A seleção se direciona para espetáculos que já têm uma carreira mais ou menos consagrada e, por isso mesmo, têm mais é que transitar e alcançar novos públicos.

O caso mais consolidado é de Aqueles Dois, dos mineiros da Cia. Luna Lunera, que iniciaram sua trajetória de festivais por Curitiba em 2008, e recentemente excursionaram pelo interior paranaense.

Do que já passou pelo festival curitibano, a propósito, há ainda Memória da Cana, que imergiu a plateia da Arena da Baixada num cenário incestuoso de plantações de cana-de-açúcar; o solo O Doido, pelo qual Elias Andreatto concorreu ao Shell de melhor ator; e Determinadas Pessoas – Weigel, monólogo de Esther Goés que ficou obscurecida no Fringe deste ano, mas ganha visibilidade como escolha para a abertura do Filo.

Aguardo

Para que todas essas atrações se apresentem de fato e o Cabaré, tradicional espaço para a música em meio a tantas peças, possa acontecer, o festival ainda espera a confirmação de patrocínios. "Estamos tentando com o governo do Paraná. Solicitamos nos últimos anos R$ 200 mil – para ter uma ideia, a Prefeitura de Londrina entra com R$ 300 mil –", compara Betipaglia, "mas não temos tido recursos significativos do governo do estado. No último ano, repassaram R$ 25 mil", diz.

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