• Carregando...
Elton John participou do Viajazz Music Festival, em Madri, no início de julho | Sergio Perez-Reuters/Gazeta do Povo
Elton John participou do Viajazz Music Festival, em Madri, no início de julho| Foto: Sergio Perez-Reuters/Gazeta do Povo

Primeiro ele salvou os funcionários de um prédio de Nova Iorque. Depois, foram os passageiros de um aeroporto de Washington. Na seqüência, foi a vez da cidade de Nova Iorque. Agora, o oficial de polícia John McClane salva os EUA. Se houver mais um filme Duro de Matar, o herói vivido pelo ator Bruce Willis vai acabar livrando a Terra da destruição, pois parece não haver limites para a megalomania crescente da série.

Em Duro de Matar 4.0, que estréia hoje no Brasil, McClane reaparece 12 anos depois dos eventos do filme anterior (Duro de Matar – A Vingança, de 1995). Não poderia estar em situação pior: endividado, separado da mulher, renegado pela filha e ainda patrulhando as ruas de Nova Iorque.

Ele recebe a missão, aparentemente simples, de localizar e escoltar um jovem hacker de computador, suspeito de um crime tecnológico. Mas a tarefa se transforma em uma primeira batalha com inimigos muito bem armados, vencida a muito custo pelo envelhecido, mas ainda durão, policial. O nerd Matt Foster (Justin Long, do famigerado Olhos Famintos), especialista em programação, se revela peça muito importante em um complicado plano de cyberterroristas – liderados pelo vilão Greg (Timothy Olyphant, de Um Show de Vizinha) – para desestruturar o poder nos EUA.

Como os funcionários do governo americano (encabeçados pelo FBI) se mostram incapazes de defender Foster ou o país – ao contrário, só complicam ainda mais as coisas com sua total inaptidão –, sobra para McClane resolver tudo sozinho. E aí começa a escalada de cenas absurdas do filme dirigido por Len Wiseman (de Anjos da Noite), que devem ser encaradas com muito bom humor para serem devidamente "engolidas" pelo espectador.

Filmes de ação não prezam mesmo pela verossimilhança (e nem devem), mas os produtores da série exageraram dessa vez. A primeira seqüência que motiva risos começa quando McClane, perseguido por um helicóptero, derruba um hidrante com seu carro – o jato d’água atinge e derruba um dos ocupantes da aeronave, que estava atirando. Em seguida, o policial consegue derrubar o mesmo helicóptero, no ar, fazendo um carro voar para cima dele (!). Quase no fim do filme, o policial ainda enfrenta um avião que atira mísseis e uma ponte gigante desmoronando.

McClane sofre os piores tipos de ataque, mas, como um Jason (da série Sexta-Feira 13) ou um T-1000 (de o Exterminador do Futuro), sempre se levanta (cada vez mais estropiado) para perseguir os bandidos. Talvez fosse mais fácil dizer que o policial foi picado por uma aranha radioativa ou veio de Kripton para justificar como consegue continuar vivo depois de levar tanta porrada – incluindo aí um espetacular quebra-pau com a vilã vivida pela bela Maggie Q (de Missão: Impossível 3).

É necessário reconhecer a importância do personagem e do ótimo primeiro filme da série – o lançamento de Duro de Matar, em 1988, revitalizou o gênero de filmes de ação em Hollywood; pode-se dizer até que o herói Jack Bauer, da série 24 Horas, é descendente direto de John McClane.

Mas se Duro de Matar 4.0 tem algum valor é por causa de Willis, que consegue dar um mínimo de dignidade a McClane em meio a tanta pirotecnia. O personagem continua soltando ótimas tiradas, e o ator parece ter se divertido muito em fazer a produção – assim como o espectador vai se divertir se não ligar muito para os absurdos da fita. GG1/2

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]